16 de julho de 2024
ELEIÇÕES 2024

‘Comunista não toma sua casa e seu carro’, ironiza Tito Flávio

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Sampi/Franca
Denise Ribeiro/GCN
Pré-candidato a prefeito de Franca, Tito Flávio (PCB)

Enquanto adversários buscam se unir em torno de um nome, Tito Flávio (PCB) afirma que a sua candidatura é a única verdadeiramente de esquerda. Em entrevista ao programa A Hora É Essa, da Rádio Difusora, nesta quarta-feira, 8, ele diz que foi procurado para alianças políticas, defendeu a criação de mais secretarias e brincou: ‘não precisa ter medo de comunista. Comunista não come criancinha, comunista não toma sua casa e seu carro. Quem faz isso é o banco’.

Historiador e professor da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Tito Flávio Bellini Nogueira de Oliveira é o terceiro convidado da série de entrevistas com pré-candidatos que já confirmaram suas intenções de disputar a Prefeitura de Franca, realizada pelo Portal GCN/Rede Sampi em parceria com a Rádio Difusora. A programação foi aberta com Guilherme Cortez (Psol) na segunda-feira, 6, e Marcos Ferreira (PSB) na terça-feira, 7, e prossegue nesta quinta-feira, 9, com  João Rocha (PL).

Leia mais:
‘Franca chega aos 200 anos sem ter o que comemorar’, diz Cortez

Marcos Ferreira: ‘É estranho gastar R$ 400 mi e não resolver'

Diferentemente da diretoria estadual do partido, que estuda apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) para a prefeitura de São Paulo, Tito deixou claro ao ser procurado por Marcos Ferreira (PSB) que não pretende desistir da sua pré-candidatura. “Entendemos que somos a única candidatura de esquerda. As outras candidaturas são de centro-esquerda. Uma candidatura anti-sistema, anticapitalista e que não coloca as experiências socialistas para debaixo do tapete”.

O comunista reforça sua posição ao afirmar que será o único que não assinará o tradicional termo da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca). Trata-se de uma carta de compromisso que os candidatos assumem com a entidade. “Desafio todas as candidaturas. Quero ver quem não vai lá concordar com a classe patronal da cidade dizendo o que deve ou não ser feito como prioridade”.

Tito defende que as parcerias deveriam começar a ser construídas antes do período eleitoral, e não apenas publicamente, com o jogo em andamento. “Vou à minha rede social, publico um card, digo que coloco o meu nome à disposição e chamo a unidade, porque sou o candidato mais preparado. Acho que isso é um equívoco. É uma forma desleal de fazer política. Você tem que conversar (reservadamente), e não (fazer a convocação para união) publicamente”.

Caso eleito
O pré-candidato disse que, se eleito, vai determinar uma auditoria para avaliar o estado das contas públicas. Segundo ele, o orçamento da cidade é pequeno e mal investido. “Por exemplo, reforma de prédios que não são de propriedade da Prefeitura. São prédios alugados”.

O prefeito e pré-candidato a reeleição Alexandre Ferreira (MDB) não escapou das críticas. “Você olha o programa de Saúde dele, é tudo: ampliar, fortalecer e melhorar. Evidente que a saúde aqui não é ruim e nem boa, é péssima. A gente tem os mesmos índices (número de núcleos) de Saúde da Família do governo Gilmar Dominici (ex-prefeito, 1993-2000) e ninguém mais avançou na prevenção”.

Tito ressalta que os problemas a serem enfrentados pela próxima gestão não se resumem unicamente à área da saúde. “A gente costuma dizer: qual o problema principal da Franca? É a saúde, quase um consenso. Mas qual é o problema no bairro onde o cidadão mora? É outra coisa. Tem problemas gerais, e locais, onde a pessoa vive”.

O pré-candidato se opõe à proposta de Marcos Ferreira de diminuir o número de secretarias para seis, ideia defendida durante a entrevista do pré-candidato do PSB à rádio Difusora. Atualmente, o município conta com nove pastas. “As cidades com maior desenvolvimento social têm mais secretarias (... Vamos criar) uma Secretaria do Poder Popular, especificamente, para lidar com centros comunitários e conselhos. Uma organização que garanta efetivamente uma participação popular. (Também) Uma Secretaria de Trabalho e Renda”.

Outros países
Tito considera a filosofia marxista como “a mais moderna que ainda temos hoje”. O pré-candidato cita o governo Hugo Chávez (1999 a 2013), da Venezuela, como exemplo. “O Chávez foi o presidente que mais venceu eleições, não para presidência, mas de consultas e plebiscitos. Qualquer mudança constitucional na Venezuela tem que passar pelo referendo do plebiscito. No Brasil, a gente pode privatizar a Petrobras ou a Sabesp sem ouvir a população. Vão dizer que o Estado brasileiro é mais democrático que o da Venezuela?”, questionou.

“O liberalismo clássico não dá liberdade. Dá a falsa sensação de liberdade, porque fala em ‘liberdade de ir e vir’. Quem da classe trabalhadora tem a possibilidade de sair do país, quantos aqui de Franca sequer conhecem o mar? É uma falsa sensação de liberdade, porque ela é formal. A teoria comunista fala que precisamos de uma liberdade real, substantiva. Tem que dar condição”, finaliza.

Entrevistas
Acompanhe a sequência das entrevistas nos próximos dias, transmitidas ao vivo, sempre a partir das 11h50, durante o programa A Hora é Essa, da rádio Difusora.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Portal GCN (@gcnnet)