Parlamentar comparou a situação na cidade a um hospital onde o médico tem que escolher prioridades em relação ao paciente que será beneficiado para o tratamento.
Por N. Fradique
da Redação
16/04/2024 - Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
As vagas de internação e a demanda de cirurgias eletivas em Franca pela rede pública (SUS) voltaram a ser tema na sessão da Câmara Municipal na sessão desta terça-feira, 16.
Os vereadores Gilson Pelizaro (PT), Zezinho Cabeleireiro (PSD) e Marcelo Tidy (MDB) falaram da questão que atinge pessoas que ficam por dias aguardando uma vaga de internação na Santa Casa de Franca, hospital que presta serviço na rede pública estadual.
Pelizaro denunciou que há pacientes regulados, com encaminhamentos para exames e cirurgias, mas que aguardam em uma segunda fila dentro do próprio hospital, enquanto que outros são liberados antes mesmo do procedimento para qual foi encaminhado.
“Às vezes uma cirurgia eletiva, o paciente é convocado para fazer o procedimento, é internado, faz todas as preparações necessárias para ir para o centro cirúrgico, mas a Santa Casa está querendo devolver o paciente antes dele se submeter à cirurgia. A fila não é só para internar, a fila é para utilizar o centro cirúrgico. Então, não é só vaga de internação do paciente, tá tendo uma fila interna de quem já está internado para fazer um procedimento para entrar no centro cirúrgico. Isso é gravíssimo”, disse.
"Hospital de guerra"
Pelizaro comparou a situação a um hospital de guerra, onde o médico escolhe prioridades em relação ao paciente. “Está parecendo hospital de guerra, quando o médico tem que escolher a dedo qual é o cara (paciente) que ele vai salvar. Porque um vai ficar de fora, correndo o risco de morrer. Esse aqui precisa fazer cirurgia, mas não vai agora não porque tem outro com mais risco, então vamos botar o outro. Olha que situação nós chegamos”.
O vereador disse que acompanha o caso de um paciente que passou por um drama de esperar uma cirurgia em uma segunda fila dentro do hospital e pede que a Comissão da Saúde do Legislativo convoque representantes do hospital para esclarecimentos. “Eu presenciei um caso de uma cirurgia de vesícula que está trazendo sérios problemas ao paciente, inclusive de pancreatite e outras complicações, já que a cirurgia de vesícula precisa ser feita, e havia a intenção de mandar o paciente embora, sem que ele entrasse no procedimento cirúrgico. Nós precisamos fazer uma investigação sobre isso para saber o que está acontecendo”.
Moção de protesto
Zezinho Cabeleireiro apresentou uma Moção de Protesto à Santa Casa e à Diretoria Regional de Saúde do Estado, mas a discussão foi adiada por três sessões. Marcelo Tidy apoiou a moção do colega, criticando o sistema.
Santa Casa
A Santa Casa foi procurada para esclarecer sobre o apontamento do parlamentar, mas não respondeu até a publicação desta matéria.