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20 de maio de 2024

ELEIÇÕES 2024

Janela partidária chega ao fim e Alexandre mostra força com apoio de 12 vereadores

Até vereadores que marcaram seu mandato por alguns embates com Alexandre Ferreira, como Daniel Bassi e Della Motta, estão no grupo que apoia a tentativa de reeleição do prefeito

Por Corrêa Neves Jr.
Editor do GCN/Sampi

06/04/2024 - Tempo de leitura: 4 min

Reprodução

Alexandre Ferreira, João Rocha e Rafael Bruxelas: disputa pela prefeitura de Franca

Foram semanas de intensa movimentação, incontáveis horas de conversas regadas a indefectíveis cafezinhos, não raramente, indigestos, e muitas contas e projeções em todo o país por conta da janela partidária, período no qual um vereador pode mudar de legenda sem correr o risco de perder o cargo por infidelidade partidária.

Em Franca, não foi diferente. Sobraram também flerte, assédio e muita prosa regada a todo tipo de “argumento”. Para os pré-candidatos a prefeito, a meta era ampliar a todo custo o número de vereadores em sua base de apoio, atrair tantos partidos quanto possível e, com isso, incrementar o tempo de rádio e TV, as verbas do fundo partidário e mostrar força política. Para os vereadores que vão disputar a reeleição, conseguir “abrigo” na chapa que avaliam com maior chance de vitória poderia, pelo menos em tese, facilitar um pouco o caminho.

Terminado o prazo da janela partidária, que se fechou às 23h59 de sexta-feira, 05 de abril, foi aberta oficialmente a temporada dos balanços. Quem saiu mais forte, que candidato terá o maior desafio, quais os próximos obstáculos que precisam ser superados por quem pretende sair vitorioso nas urnas ditam as conversas. Apesar do discurso oficial de cada um quase nunca guardar conexão efetiva com a realidade em momentos como esse, nos bastidores, quando a análise é mais franca, a conclusão é que o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) venceu este primeiro round.

Dos 15 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Franca, 12 deles estão com Alexandre, quer seja no mesmo partido, quer seja nas legendas que já confirmaram apoio e vão estar coligadas na disputa pela prefeitura de Franca. Três estão filiados ao MDB (Donizete da Farmácia, Claudinei da Rocha e Marcelo Tidy); outros três ao Republicanos (Kaká, Lurdinha Granzotti, Luiz Amaral); e mais três, no PSD de Flávia Lancha, cujo apoio ao prefeito já foi sacramentado e será anunciado oficialmente nos próximos dias, conforme antecipado com exclusividade pelo portal GCN (Pastor Palamoni, Daniel Bassi e Zezinho Cabeleireiro). Há ainda dois vereadores no PP (Lindsay Cardoso e Ronaldo Carvalho); e um no Podemos (Della Motta), fechando a dúzia de parlamentares que vão marchar com o prefeito Alexandre Ferreira na luta por mais um mandato.

“Ter uma base forte, sólida e unida é fundamental para levarmos cada vez mais serviços públicos para a comunidade. Essa base ampla que construímos é resultado de um trabalho sério e de respeito com os vereadores, que têm nos ajudado a realizar ações e obras por toda cidade”, comemorou Alexandre Ferreira.

Os desafiantes
Do lado de quem vai tentar tirar Alexandre da cadeira, o saldo foi significativamente mais magro. João Rocha (PL), que movimentou o cenário político nos últimos dias com a decisão de migrar do União Brasil para o partido da delegada Graciela, de quem recebeu apoio para encabeçar a chapa majoritária, conta com apenas dois vereadores – e um deles, tem indicado que não vai se empenhar em sua campanha.

O apoio certo vem de Ilton Ferreira, que se transferiu do PL para o União Brasil em busca do sonho de ocupar a vaga de vice. João Rocha admite a possibilidade, mas diz que uma definição ainda está longe. “O Ilton cumpriu o requisito do nosso grupo de se mudar para o União Brasil, porque pelo nosso acordo a vaga será preenchida por alguém da legenda. Mas lá tem ótimos nomes, como o médico Marcelo Morickochi e o delegado Davi (irmão da deputada Graciela). Temos muito que conversar e não há nada acertado ainda”, disse Rocha, que mesmo sem uma base parlamentar sólida tem esbanjado entusiasmo. “Nosso grupo é forte e estou entrando para ganhar”.

O vereador que vai estar na chapa de João Rocha, mas já avisou que seu candidato a prefeito tem outro nome é Carlinhos do Petrópolis, ex-presidente da Câmara Municipal. Eleito pelo PL, decidiu permanecer no partido depois de receber “garantias” de que teria liberdade para conduzir sua campanha e sua atuação parlamentar do jeito que achar melhor. “Sou muito grato ao prefeito Alexandre, temos uma longa relação e isso não pode ser deixado de lado. Gosto do PL, vejo futuro para mim no partido, mas na disputa municipal, vou seguir meu caminho”.

No PT, do pré-candidato Rafael Bruxellas, o apoio virá de Gilson Pelizaro, único vereador eleito pela legenda nesta legislatura. Apesar de algumas conversas, nenhum vereador foi para o PT.

Outros pré-candidatos já anunciados, como Guilherme Cortez (PSOL), Marcos Ferreira (PSB) e Tito Flávio (PCB), estão em partidos e/ou coligações que não tem representantes na Câmara Municipal de Franca.

Ninho sem tucanos
O fim da janela partidária levou à “extinção parlamentar” dois partidos que elegeram representantes na última disputa municipal em Franca. Nem mesmo a federação partidária que une PSDB e Cidadania serviu para evitar o pior. Ambos estão agora sem qualquer representante na Câmara. Do Cidadania, Lindsay Cardoso e Ronaldo Carvalho migraram para o PP, de onde vão lutar para conquistar um novo mandato.

Mas o caso mais emblemático de como em política nenhum sucesso é definitivo reside mesmo no PSDB. A legenda, casa do ex-prefeito Sidnei Rocha e que chegou a ter cinco vereadores na Câmara, começou esta legislatura reduzida a Kaká e Daniel Bassi. O primeiro, foi para o Republicanos. O segundo, para o PSD.

Mesmo sem vereadores, há um esforço para reconstruir as duas legendas. Ambas, unidas em federação, vão estar no bloco de apoio a Alexandre Ferreira. Das conversas que viabilizaram o apoio, participaram o próprio ex-prefeito Sidnei Rocha e também o ex-vereador Adérmis Marini. Nenhum dos dois disputa eleições neste ano.