É assim que se chama este domingo. O título foi dado por São João Paulo II quando era Papa e o fundamento está no trecho do evangelho que nos fala sobre Tomé.
Primeira Leitura: Atos 4.
Não tratava de milagre a verdadeira prova que todos podiam constatar era outra: era a vida, completamente nova da comunidade dos primeiros cristãos.
Conforme a leitura deste dia, os seus membros tinham um só coração e uma só alma e ninguém dizia quem eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum.
A primeira impressão que fica gravada em nosso coração diante da narrativa deste dia é encantadora: Não havia entre eles necessitado algum, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.
Só quando conseguimos criar essa comunidade fraterna, impulsionada não pelo egoísmo, mas pela lei do amor, da generosidade, da doação de si, estaremos em condições de provar que o Espírito do Cristo ressuscitado foi comunicado também a nós.
Segunda Leitura: 1ª Carta de João 5.
A segunda leitura de todo o período pascal deste ano é extraída da I Carta de João. O tema central desse texto maravilhoso é o amor ao irmão e poderia ser resumido numa frase que encontraremos dentro de alguns domingos: Irmãos, amemo-nos uns aos outros, porque quem ama é gerado por Deus.
Evangelho: João 20.
O trecho de hoje está claramente dividido em duas partes que correspondem às aparições do Ressuscitado. Na primeira Jesus comunica aos discípulos o seu Espírito e com ele lhes dá o poder de vencer as forças do mal. Na segunda é relatado o famoso episódio de Tomé.
Quando João escreve, Tomé já havia morrido há muito tempo; portanto, o episódio não é narrado para diminuir este apóstolo.
Escolhe esse apóstolo como símbolo das dificuldades que todos os discípulos encontram para conseguir acreditar na ressurreição de Jesus.
O que João quer dizer aos cristãos das suas comunidades é o seguinte: o Ressuscitado tem uma vida que não pode ser apalpada com as mãos e nem vista com os olhos. Só pode ser objeto da fé.
Nós afirmamos: “Bem-aventurados os que viram”. Para Jesus ao invés, bem-aventurados são aqueles que não viram.
Felizes são eles porque têm uma fé mais genuína, mais pura, aliás, esta é a única fé pura. Aquele que vê têm a certeza da evidência, possui a prova irrefutável de um fato, não, porém a fé.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio