31 de agosto de 2024
QUEIXA RECORRENTE

Após assassinato, vizinhos do Centro Pop protestam na Câmara: 'À mercê dos marginais'

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Câmara de Franca
Grupo de moradores da Vila Formosa esteve na sessão da Câmara, na manhã desta terça-feira: Centro Pop em discussão

Um grupo de moradores próximos ao Centro Pop, instalado na Vila Formosa, região central de Franca, voltou à Câmara Municipal, nesta terça-feira, 20, para protestar e pedir uma solução para a situação que tomou conta do bairro. Desde que o equipamento social foi implantado, os vizinhos se queixam de violência, tráfico de drogas, brigas, importunação e insegurança. Neste fim de semana, ocorreu um homicídio na calçada do Centro Pop, envolvendo frequentadores do local.

Rogério Carlos Pereira usou a Tribuna da Casa de Leis, representando os moradores e comerciantes. “A gente está à mercê de um punhado de marginais. Teve um homicídio neste fim de semana lá. Vocês estão sabendo? Pelo que eu fiquei sabendo, os dois não são de Franca. Ali é a proteção deles, a polícia passa, mas não pode pôr a mão. E a gente, que é morador do bairro, não pode sair na rua”, disse.

Os moradores pedem mais segurança e a instalação de câmeras. “O problema existe, e ele é grave. A gente está ali, todo dia, vendo isso se transformar em uma cracolândia”, disse, relatando também que um comerciante vizinho ao equipamento foi ameaçado e, por isso, resolveu deixar o prédio, que posteriormente foi invadido por moradores de rua. 

“O problema de vadiagem e furtos está no Centro Pop. Vocês podem ter certeza de que se acabar com aquilo ali, acaba na cidade inteira, porque o pessoal sai para fora para furtar, roubar e levar para lá, para trocar por drogas. Esse pessoal é de fora, o Sidnei (Rocha, ex-prefeito) mandava colocar no ônibus de volta”, concluiu Pereira.

O vereador Donizete da Farmácia (MDB) lembrou que criou um projeto de lei, na época da instalação do Centro Pop, para que o equipamento obedecesse a um raio de 300 metros das residências, mas que não avançou na Câmara. “Nós criamos um projeto que brecaria a construção do Centro Pop, que é um projeto do Governo Federal, que obriga a instalação na região central (da cidade). Infelizmente, não conseguimos passar esse projeto”.

Gilson Pelizaro (PT) sugeriu que a política pública em relação ao funcionamento do equipamento social poderia ser revista. “Se é um projeto financiado pelo Governo Federal, que mal tem em se reunir com as autoridades envolvidas e fazer uma reavaliação do que está ocorrendo na Vila Formosa? Não é feio dar um passo para trás, não. Se a coisa não está funcionando, tem que ser revista. Será que vai bater no peito e dizer que esse projeto é referência para algum lugar. Referência onde?”, questionou o parlamentar.

“Colocou uma política pública para funcionar, ela não funcionou, chega no Governo Federal e diz que precisa rever essa legislação que está em vigor. Até o Ministério Público rever também os conceitos, aquele TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que foi feito. Pegar o projeto e ver o que funcionou e o que não funcionou, e o que precisa fazer. Não adianta fingir que não tem o problema, tem que repactuar isso”, disse Pelizaro.

Della Motta (Podemos), Daniel Bassi (PSDB), Zezinho Cabeleireiro (PP) e Lurdinha Granzotte (União) também se posicionaram sobre a questão, pedindo uma solução para a situação vivida pelos moradores do bairro.