21 de dezembro de 2024
OPINIÃO

O cavalo do Zorro

Por Lucas Augusto Machado | Especial para a Sampi
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução

Em minhas andanças pelo chamado “mundo do cavalo” adquiri amigos, experiência e muito, muito aprendizado. Uns técnicos e outros um tanto curiosos.

Entre os “causos”, um que lembro com muito carinho veio do hipismo. Mas espera lá! O título não é “cavalo do Zorro”? Talvez os mais experientes de vida digam: “Vi muitos filmes do Zorro na então incrível (se não única) 'Sessão da Tarde' (ou nos cinemas) e não me lembro do Zorro saltando paraflancos.”

Então, senta que lá vem história... Trabalhando para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Brasileiro de Hipismo (ABCCH), fui informado de que, a partir de setembro de 2013, a entidade passaria a gerenciar os registros da raça Friesian. (Aqui no Brasil, o Ministério da Agricultura concede às entidades o direito de registrar, para fins de seleção genética, cavalos de raças específicas. O órgão também pode designar que uma raça “abrigue” a outra).

Para meu espanto, mesmo com muitos anos de serviços prestados à época, não conhecia tecnicamente o Friesian.

A resposta do presidente da entidade foi simples e didática: “Aquele, o cavalo do Zorro!” Pronto. O gatilho mental foi disparado, e me vi criança, lembrando de assistir ao Zorro pelo simples prazer de ver as belas cavalgadas de um animal extraordinário.

Na época, minha pesquisa sobre a raça me levou a me apaixonar ainda mais por esses animais. Fiquei surpreso ao descobrir que o Friesian também estrelou outros filmes, como um dos meus prediletos, “O Feitiço de Áquila”. Compensa tê-lo em sua playlist.

O Friesian – ou Frísio, nome adotado da região do litoral norte dos Países Baixos, de onde se originaram e são criados há séculos – são simplesmente lindos e chamam a atenção por onde cavalgam. Não sem razão, inúmeras obras de arte da Idade Média retratam esse nobre animal. A pelagem de cor negra, a crina longa e os pelos compridos sobre as patas são características reconhecidas da raça Friesian, ainda pouco comum no Brasil, que beirou a extinção no final da Segunda Guerra Mundial, sobrevivendo graças aos esforços de criadores devotados que conseguiram contornar a situação.

Devido ao seu temperamento dócil, o Friesian é um cavalo fácil de ser adestrado. Muito elegante, é um animal versátil que apresenta aptidão tanto para montaria quanto para atrelagem.

Origem: A sua origem deu-se por volta do ano 500 a.C., quando o povo frísio se estabeleceu ao longo do Mar do Norte, trazendo consigo seus cavalos, descendentes diretos de Equus robustus. No ano 800, o Mar do Norte era denominado Mar Frísio, local onde se desenvolveu a raça. Por volta de 150, historiadores romanos mencionaram a presença da cavalaria frísia na Britânia, na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra. A cavalaria era formada por soldados montando garanhões frísios.

O escritor inglês Anthony Dent remete também ao aparecimento de tropas independentes frísias em Carlisle, no século IV, igualmente formadas por ginetes no lombo de cavalos Friesians. Ele também menciona a influência do cavalo Friesian na raiz do Shire e também nos pôneis Fell.

(Fonte: https://www.friesianhorsesociety.citymaker.com/page/page/4642169.htm .