Instantes depois de ser eleito presidente da Câmara Municipal de Franca, na última quinta-feira, 7, o vereador Della Motta (Podemos), 61 anos, concedeu entrevista exclusiva ao GCN/Sampi. Ainda sentado na sua cadeira na bancada, que fica em frente à Mesa Diretora - local que vai ocupar a partir de 1º de janeiro de 2024 - o parlamentar disse que já havia dito há três anos, que colocaria seu nome em disputa ao cargo no último ano de mandato. Foi firme ao dizer que o Executivo precisa ter um líder na Câmara e que pretende realizar sessões ordinárias fora do prédio do Legislativo, podendo ser em várias partes da cidade. Natural de Caconde/SP, o novo presidente do Poder Legislativo de Franca prevê um 2024 ‘complicado’ por ser um ano de eleição municipal.
Della Motta reafirmou que o Regimento Interno da Câmara será cumprido à risca durante sua gestão. “Vai ser um ano complicado, mas nós temos instrumentos como a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno desta Casa de Leis para se fazer valer. 2024 não será nada fácil porque as pessoas têm o direito, em um ato de democracia, concorrer a uma vaga das 15 cadeiras do Legislativo. Será respeitado cada partido político e todos cidadãos. Vamos cumprir o Regimento Interno, todo mundo que pode fazer o uso da Tribuna Livre, mas tem que fazer com educação, respeito, porque os vereadores sempre procuraram o bem comum da comunidade”.
Mesmo reafirmando o tempo todo que buscaria a reeleição, o atual presidente, Carlinho Petrópolis (PL), abriu mão da disputa, apoiando a candidatura de Della Motta. Apesar de ter articulado sua candidatura anteriormente com os outros vereadores, o presidente eleito acredita que uma disputa por qualquer cargo é sempre saudável e natural. “Há três anos nós tivemos uma conversa e eu falei que colocaria meu nome à disposição no último ano do mandato. Agora, quando eu decidi me candidatar, falei para o Carlinho que chegou meu momento. A partir daí procurei individualmente todos os vereadores, dizendo do meu interesse. O Carlinho entendeu, ele tem outras pretensões políticas, que ele precisa estar tranquilo para desenvolver”, contou o presidente eleito, que está em seu segundo mandato de vereador na cidade.
Sobre o relacionamento entre Legislativo e Executivo em um ano de eleição municipal, o vereador, tenente da reserva da Polícia Militar, foi enfático. “Acho que nós temos que pensar na cidade. É uma resposta 'chavão', mas nós estamos aqui para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e essa é a função do Poder Executivo e do Legislativo. O mais importante é fiscalizar, vamos discutir todos os projetos em todas as Comissões, respeitando os poderes que são harmônicos mas independentes”.
O novo presidente da Câmara de Franca lembrou que é importante o prefeito contar com um líder na Câmara para defender as propostas do Executivo, discutir prioridades e dirimir possíveis dúvidas. Alexandre não nomeou nenhum vereador para o cargo. “É essencial... é essencial. Veio um projeto na última sessão ordinária e eu como presidente da Comissão de Segurança, foi quem fez a defesa do projeto. Então, um líder é fundamental para fazer os esclarecimentos dos projetos, acionar a base. Em outros lugares, tem sempre um líder do governo para fazer as apresentações, os convencimentos e, principalmente, para sanar as dúvidas dos vereadores”.
Finalizando, Della Motta, destacou que planeja realizar sessões da Câmara Municipal em várias partes da cidade, principalmente porque o prédio do Legislativo está em reformas. Ele disse que o objetivo é aproximar a Câmara dos cidadãos. “Eu tenho um sonho e já conversei com o pessoal da Comunicação e da técnica. Gostaria nesse período que a Câmara estivesse em reforma para que fizéssemos sessões completas na zona Sul, Norte, Leste e Oeste e, se possível, na área central. Nada que encareça, vou ver valores. O objetivo é o cidadão participar, ser ouvido. É importante ouvir a outra parte, saber da realidade de quem vive nessas regiões e tem seus anseios. Vamos procurar lugares com a estrutura necessária, que comportem as pessoas e tenham segurança para os munícipes e vereadores”.