Uma decisão da oposição acabou transformando a deputada por Franca, Delegada Graciela (PL), no principal personagem da votação pela Assembleia Legislativa do projeto de lei que autoriza o governo do Estado de São Paulo a vender a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Com a ausência dos deputados oposicionistas, que se recusaram a voltar ao plenário da Alesp após conflito de manifestantes com a Polícia Militar, Graciela se tornou responsável pelo voto solitário contra a eufemizada “desestatização”.
Por ser uma deputada do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro; por ser aliada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com ele ter diversas fotos publicadas em redes sociais e divulgadas por sua assessoria – sugerindo proximidade –, Delegada Graciela chamou atenção da mídia nacional ao ser a única a dizer não para a “menina dos olhos” de Tarcísio.
Mas a perplexidade causada na imprensa parece não ter chegado ao partido da deputada. O líder do PL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlos Cezar, disse que “respeita a peculiaridade do posicionamento da deputada Delegada Graciela na votação do projeto de desestatização da Sabesp”.
A afirmação foi feita em nota enviada com exclusividade ao Portal GCN/Sampi, após questionamento da repórter Giselle Hilário.
A “peculiaridade” à qual o deputado se refere é o fato de Graciela ter seguido, segundo ela mesma, a opinião da população de Franca, seu reduto eleitoral. “O não que vou proferir na votação do Projeto de Lei 1501/2023 é uma forma de me alinhar ao que pensa a maior parte da população de Franca”, disse ela, também em nota, na manhã da quarta-feira, 6, horas antes da votação, fazendo questão de ressaltar: “Sou base do governo e continuarei a ajudá-lo em projetos de interesse da sociedade”.
O projeto de lei que autoriza a venda da Sabesp acabou aprovado por 62 votos a favor – eram necessários 48 – e um contra – de Graciela. A Alesp tem 94 deputados.