O tempo litúrgico do Advento é de vigilância, oração, análise e disposição interior para transformar o coração no desejo de ser semelhante ao presépio: ter um lugar para Jesus permanecer.
Nos próximos quatro domingos a liturgia da Igreja nos ajudará a refletir e a preparar o nosso interior, tentando abrir o coração e as portas do mundo para que Jesus seja a “luz” e renove a nossa esperança.
Neste primeiro domingo do Advento o que Deus quer nos ensinar?
Primeira Leitura: Isaías 63.
O povo de Israel se encontra no exílio, em Babilônia. Transcorreram poucos anos dos dias da destruição de Jerusalém e do seu Templo maravilhoso e os deportados guardam viva na própria mente a lembrança da derrota sofrida.
Após a destruição de Jerusalém a situação de Israel é dramática. Para fortalecer a sua fé, para reencontrar motivos de esperança, o autor desse trecho maravilhoso rememora os tempos passados e lembra que Deus sempre interveio para iluminar as noites tenebrosas.
A situação na qual acabou se encontrando o povo de Israel na Babilônia é uma imagem daquilo que acontece com todo aquele que se torna escravo do pecado.
Segunda leitura: 1 Coríntios 1.
Paulo manifesta sua alegria diante do testemunho cristão revelado pela comunidade de Corinto.
A comunidade de Corinto era formada, em sua maioria, por gente que não era sábia segundo a lógica do mundo, não era poderosa e não tinha prestígio social. Em outras palavras, eram pessoas consideradas sem valor.
Os motivos que Paulo enumera são vários: ele diz que a comunidade acolheu “a graça de Deus dada através de Jesus Cristo”; também diz que Jesus cumulou a comunidade “de todas as riquezas; da palavra e do conhecimento”.
Evangelho: São Marcos 13.
O tema central do Evangelho desse dia é a “Vigilância”.
Jesus fala dos tempos finais que serão tempos difíceis, exigindo uma atenção permanente por parte dos discípulos. Neste contexto a vigilância está muito relacionado com a oração e a prática das boas obras.
O trecho do Evangelho se apresenta como um convite a continuar a missão de Jesus: como empregados a quem ele confiou os cuidados da casa, cada um deve exercer a sua tarefa.
Quando tudo é luz, nós sabemos encontrar o rumo certo. Mais tarde, inevitavelmente, caem, para todos, as sombras do entardecer. Vêm chegando as noites da desventura, de infortúnio, da doença, da dor, da incompreensão, da velhice, da solidão. Ficamos então desnorteados, nos tornamos vítimas da aflição e não sabemos mais a quem nos dirigir, não encontramos mais ninguém ao nosso lado. São essas as horas durante as quais devemos vigiar e cultivar a confiança no Senhor que vem para iluminar todas as nossas noites.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio