15 de novembro de 2024
OSTENTAÇÃO

Acusados de agiotagem em Franca ostentavam vida de luxo com carrões e viagens pelo mundo

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Rede social
Rodolfo Lomonaco e Marcela de Pádua Lima: carros de luxo

Uma quadrilha de 10 pessoas acusadas de agiotagem foi alvo da operação Maré Alta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em conjunto com a Polícia Militar na manhã desta quarta-feira, 22, em Franca.

Segundo o Ministério Público, as investigações identificaram que uma quadrilha de agiotagem atuava na região de Franca, emprestando dinheiro a juros exorbitantes e fazendo o uso de violência e grave ameaça às vítimas para cobrar os valores.

Foram cumpridos dez mandados de prisão temporária e 13 de buscas e apreensão. Os 10 envolvidos cumpriram o mandado de prisão temporária, que poderá ser prorrogado pela Justiça. São eles: Marcela de Pádua Lima, Bruno Costa, Natã Leal, Jean Cardoso, Douglas Carvalho Rosa, Wesley Henrique Paulista da Silva, André Augusto Ferreira, André Oliveira Venancio, Rodolfo Lomonaco e Gustavo Migueletti.

Muitos dos envolvidos que foram presos gostavam de ostentar e mostrar a vida de luxo nas redes sociais que levavam graças ao dinheiro de agiotagem. Nas redes sociais dos acusados, era possível ver fotos de carros de luxo e viagens para pontos turísticos do Brasil e do exterior.

Gustavo Migueletti, que foi preso nesta quarta-feira, é casado com uma influencer digital conhecida em Franca e região. No perfil do Instagram, o casal exibia viagens para Cabo Frio (RJ) e Búzios (RJ).

Outro acusado, André Augusto Ferreira, compartilhava suas viagens para fora do Brasil, em Paris. André Oliveira Venâncio era gerente de banco e usava os dados de sua agência para fornecer as informações para a quadrilha. Nas redes sociais, é possível ver André em uma viagem para Las Vegas (EUA).

Rodolfo Lomonaco aparece em uma foto no seu perfil com uma BMW e uma viagem para Londres. Já Marcela de Pádua Lima gostava de ostentar em seu perfil ao lado de fotos de carros de luxo, aparecendo em uma Mercedes-Benz.

Segundo o Gaeco, durante as diligências foram localizadas centenas de notas promissórias que, contabilizadas, somam mais de R$ 1,5 milhão de dívidas. A operação também apreendeu diversos celulares, notebooks, anotações com a contabilidade dos valores emprestados a juros considerados exorbitantes, relógio de luxo, arma de fogo, um simulacro de fuzil, além de cheques e cartões de crédito em nome de laranjas e a quantia em espécie de cerca de R$ 2 mil, além de 600 dólares.

Castelo de Areia
Nesta sexta-feira, 24, uma outra operação foi deflagrada pelo Gaeco: a Castelo de Areia foi realizada pela manhã e cumpriu 7 mandados de prisão e busca e apreensão. Quatro pessoas foram presas em Franca, e três estão foragidas pela Justiça.

Um dos quatro presos nesta sexta, acusado de integrar a organização criminosa, é Evanderson Guimarães. Outros três acusados estão foragidos, entre eles o ex-policial civil Rogério Camillo Requel.  Evanderson também usava as redes sociais para mostrar seus carros de luxo.

Segundo o Ministério Público, essa quadrilha agia com mais violência ainda que o bando desmantelado na última quarta-feira – ambos os casos não possuem ligação entre si. O ex-policial seria o responsável por fazer as cobranças e intimidar os devedores.

"A diferença desta quadrilha para a da Operação Maré  Alta, é que essa organização agia com mais violência. Eles usavam um policial civil para amedrontar e ameaçar as vítimas", afirma o promotor Rafael Piola.

O ex-policial civil pediu e foi exonerado do cargo público no último mês de setembro.

Segundo o Gaeco, as quebras bancárias dos investigados mostraram uma movimentação aproximada de R$ 36 milhões nos últimos três anos.