Uma nova operação contra a agiotagem foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, na manhã desta sexta-feira, 24, em Franca. Quatro suspeitos foram presos na Operação Castelo de Areia.
Um dos quatro presos nesta sexta, acusado de integrar a organização criminosa, é Evanderson Guimarães. Outros três acusados estão foragidos, entre eles o ex-policial civil Rogério Camillo Requel.
Segundo o Ministério Público, essa quadrilha agia com mais violência que o bando desmantelado na última quarta-feira - ambos os casos não possuem ligação entre si. O ex-policial seria o responsável por fazer as cobranças e intimidar os devedores.
"A diferença dessa quadrilha para a quadrilha da Operação Maré Alta (da última quarta-feira) é que essa organização agia com mais violência. Eles usavam um policial civil para amedrontar e ameaçar as vítimas", afirmou o promotor Rafael Piola.
O ex-policial civil pediu e foi exonerado do cargo público no último mês de setembro.
Os promotores informaram que essa organização criminosa era formada por núcleos familiares. Os agiotas seriam tios e sobrinhos, e cada um tinha uma função específica no esquema. Segundo o Gaeco, era usado capital próprio dos membros da quadrilha para movimentar a organização.
Os juros eram variados em cima de cada empréstimo, podendo ir de 8% até 30%. "A partir do momento em que havia o investimento e começava a girar, ao longo dos meses, o retorno, é natural que haja lavagem de dinheiro. Então, usavam nomes de terceiras pessoas, os ditos laranjas, para contas bancárias, cheques, veículos e imóveis... Tudo isso é natural por conta da grande movimentação de valores", disse o promotor Adriano Mellega.
Segundo o Gaeco, as quebras bancárias dos investigados mostraram uma movimentação aproximada de R$ 36 milhões, nos últimos três anos.
Nesta sexta, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Franca e um mandado de busca na cidade de Ribeirão Preto. Foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos, como máquinas de cartão, notebooks, celulares, dinheiro, cheques e até um simulacro de arma de fogo.
Maré Alta
A Operação Castelo de Areia acontece dois dias depois da Maré Alta, que culminou na prisão de 10 pessoas em Franca também acusadas de agiotagem.
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