O dicionário define a palavra empatia como capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. Não precisa ir muito longe para encontrar exemplos. Um deles está localizado no Centro de Franca, no cruzamento das ruas Voluntários da Franca e Estevão Leão Bourroul.
A Pharmakéia (Farmácia de Manipulação de Homeopatia e Produtos Naturais) tem uma "banquinha" na calçada para a população deixar roupas e sapatos em condições de uso. Quem está passando por dificuldades, retira os itens que serão necessários e os levam embora.
A ação começou antes da pandemia do coronavírus, ficou paralisada algum tempo devido o risco de contaminação e retornou. "A gente acaba sendo muito acumulativo. Vendo que tinha coisas em casa que poderiam circular e desafogar o nosso ambiente, vislumbrei uma pessoa fazendo esse trabalho e pensei em fazer igual", recorda o proprietário da farmácia, Evaldo Urbano de Barros.
Nascido em Alpinópolis (MG), o "francano de coração" – como se intitula Evaldo – faz a gestão dos itens recebidos. "Temos observado que pessoas podem estar pegando para vender. Não vou julgar, mas tem pessoas que chegam e pegam em quantidades grandes. Então, a gente tem colocado em quantidades pequenas, que atenda a necessidade".
Aos 60 anos, Evaldo diz que "nem vê" quem pega as doações. "As pessoas passam. Algumas realmente agradecem, outras, que já estão acostumadas, às vezes levam. Já aconteceu de a banca estar cheia, quando eu observar de novo, estar totalmente vazia".
Evaldo é um dos exemplos espalhados por Franca que buscam através da empatia proporcionar mudanças significativas na vida de outras pessoas.