27 de julho de 2024
GOLPE

Justiça condena Instagram e operadora a indenizar advogada de Franca após conta hackeada

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Sampi/Franca
Reprodução
Advogada francana Gabriela Oliveira Braga: cinco dias para recuperar o controle da conta

No centro de uma história de cibersegurança, a advogada Gabriela Oliveira Braga, de 29 anos, de Franca, enfrentou um pesadelo quando sua conta do Instagram foi hackeada e o seu número de celular transferido sem consentimento. O drama durou cinco dias para recuperar o controle, levando a francana a processar as partes envolvidas.

O problema começou quando Gabriela enfrentou dificuldades para enviar mensagens e fazer ligações. Foi nesse momento que ela percebeu que seu número de celular havia sido transferido da Claro para a Tim. “Simplesmente, aconteceu uma portabilidade do meu número de celular sem a minha autorização”.

O indivíduo que solicitou essa mudança de operadora aproveitou o controle sobre o número da advogada para alterar a senha de sua conta no Instagram. “A pessoa fez essa redefinição de senha, e recebi por e-mail: ‘se não for você quem alterou clique aqui’. Tentei de várias maneiras informar que não foi eu quem alterou, mas, mesmo assim, não deu certo”.

A conta @adv_braga ficou nas mãos do golpista, que a usou para se passar pela advogada, postando fotos e promovendo um suposto esquema de investimentos. O cartão de crédito de Gabriela, vinculado ao seu perfil, foi usado para financiar a promoção da publicação fraudulenta.

Para resolver a situação, Gabriela teve que adquirir um chip da Tim e transferir seu número de volta para a Claro. Foi então que ela descobriu que o criminoso também estava se passando por ela no WhatsApp.

Depois de recuperar o controle de sua conta no aplicativo de mensagens, Gabriela e seus seguidores denunciaram o hackeamento de seu perfil no Instagram. Finalmente, após cinco dias de angústia, sua conta foi restaurada.

Os problemas não pararam por aí. Apesar de publicar vídeos explicando o ocorrido, Gabriela ainda enfrentou as consequências do golpe. “Recebi muitas mensagens do pessoal achando que realmente era eu. Acabei sendo bloqueada por muitos seguidores. A entrega do meu material também foi menor. Uma série de prejuízos. Recebi até xingamentos no direct”.

Como resposta, a advogada processou a Tim pela transferência não autorizada de seu número e o Facebook Brasil, responsável pelo Instagram. O juiz determinou uma indenização de pouco mais de R$ 12 mil, dividida igualmente entre as partes, mas até agora, somente o Facebook Brasil efetuou o pagamento.

Com a resolução do problema, a advogada oferece orientações sobre segurança digital à população. “Indico que o pessoal faça uma ligação para a operadora, e faça um pedido de proteção, de acordo com a Lei de Geral Proteção de Dados de cada um. Essa lei vai evitar muito que isso aconteça, como a portabilidade sem permissão”.

“Em relação à rede social, o que indico é fazer a proteção de dois fatores, que a própria rede possibilita. Muita gente não tem e não se importa, mas é muito importante. Essa proteção evita que alguém consiga redefinir sua senha sem antes colocar o código do seu celular”, completou.

Agora é descansar após o mal-estar vivido no mundo cibernético. “O valor não paga toda a baixa credibilidade que tive no meu perfil. Tanto xingamentos que eu vi. Fiz isso, justamente para eles entenderem o caráter punitivo. Para eles não repetirem com outras pessoas esse tipo de coisa”, finaliza Gabriela.