O texto que vou transcrever está no meu livro de 2012, Crônicas Mínimas - Reunião, p.38, e intitula-se “Desculpe”.
"Você veio nos visitar e eu queria que encontrasse as plantas e os animais saudáveis, as pedras não tão remexidas, as pessoas mais conscientes. Era meu desejo que você não tivesse que enfrentar a aridez para desempenhar sua tarefa. Desculpe-nos e, por favor, não desista. Quem sabe se, com mais esta visita, não reaprendemos a respeitar um pouco mais a mãe-natureza? Seja, pois, bem-vinda bela primavera!"
Generosa e resiliente primavera tem resistido. Agora neste 2023, ei-la aqui em meio a temperaturas escaldantes, manhãs assustadas, tardes desoladas, noites cansadas. Depois de 11 anos parece que não reaprendemos.
Existe, porém, uma virtude inerente aos seres vivos - e o planeta é considerado um ser vivo - a esperança. Que ela seja a grande propulsora de novíssimas primaveras!