17 de novembro de 2024
RELIGIÃO

A lógica de Deus

Por Monsenhor José Geraldo Segantin | Especial para o GCN/Sampi Franca
| Tempo de leitura: 2 min

Quase sempre cobramos muito das pessoas. Hoje a Palavra de Deus vem nos orientar sobre o modo como Ele procede diante daquilo que somos e fazemos.

Primeira leitura: Isaías 55.
As palavras contidas nesta leitura são dirigidas pelo profeta aos seus compatriotas exilados na Babilônia.

Na leitura de hoje o profeta diz aos israelitas exilados na Babilônia e a todos os que continuam pensando como eles: Convertei-vos, mudai a vossa forma de pensar!

A conversão que ele pede não é somente um afastamento dos pecados, da corrupção moral, é muito mais: é a mudança radical no modo de formar o conceito de Deus.

O próprio Senhor toma a palavra e explica o motivo pelo qual ele se comporta de forma inesperada com aqueles que erraram. É que os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, os vossos caminhos são diferentes dos meus.

Segunda leitura: Filipenses 1.
A comunidade de Filipos fora fundada por Paulo e era composta por pessoas muito boas e generosas. Quando escreve sua carta, Paulo se encontra em Éfeso, na prisão, por causa do Evangelho.

A Carta aos Filipenses revela as emoções mais íntimas, mais doces, mais ternas do coração de Paulo. Por muitos anos trabalhou pela causa do Evangelho, suportou muitos sofrimentos e muitas contrariedades.

O apóstolo afirma que para ele seria melhor morrer, mas a causa do Evangelho ainda precisa dele.

Então, num gesto de grande generosidade, se declara disposto a adiar por um pouco de tempo o seu encontro com Cristo para continuar servindo os irmãos.

Evangelho: Mateus 20.
Antes mesmo do nascer do sol, eis que chega um viticultor à procura de operários.

A pressa do patrão para terminar o quanto antes o trabalho é deveras grande, de fato sai mais quatro vezes à procura de operários: no meio da manhã, ao meio-dia, às três horas da tarde. Quando chama o último grupo, já são as 17 horas e falta somente uma hora para concluir a jornada de trabalho.

Com esta narração Jesus quer denunciar de uma forma extremamente dura a religião dos méritos, ensinada pelos guias espirituais de Israel.

Ele nunca se cansa de sair ao encontro do homem, mesmo quando este falha em todos os encontros. E mais ele não remunera pelos méritos próprios. A única atitude que deve ser tomada, diante do Pai que está nos céus, é aquela da criança que não se prevalece de nenhum direito, não merece nada, tem sempre os olhos voltados para o pai, esperando alegremente pelos seus presentes.

Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio