Hoje, Deus fala ao nosso coração: a fonte permanente do amor. Vejamos a sua Palavra.
Primeira Leitura: Eclesiástico 27.
Todos os homens se sentem vítimas de alguma injustiça e instintivamente têm a tendência para reagir de forma agressiva contra os responsáveis. Daqui nascem a ira, o rancor, a vingança, o ódio.
No passado o método para compensar as injustiças recebidas e para desencorajar alguém de praticar outras era muito rápido; praticava-se a vingança com a maior violência possível: pagava-se o mal... com vantagens.
Mas o Antigo Testamento não se limita a esta simples justiça e tenta dar mais um passo adiante.
Defende então que é necessário ir além da simples justiça e abrir o coração e sentimentos de misericórdia. O perdão das ofensas, ensina, é uma condição indispensáveis para poder rezar e obter o perdão de Deus.
Segunda Leitura: Romanos 14.
No capítulo 14 da Carta aos Romanos Paulo trata de um problema que sempre é atual: como resolver as divergências de opiniões entre os membros da comunidade cristã.
Por causa destes contrastes entre “tradicionalistas” e progressistas”, havia várias tensões na comunidade de Roma.
De que modo consegue uma convivência pacífica entre estas duas tendências contrárias?
Paulo estabelece duas regras, uma para cada grupo. Se forem observadas, é possível chegar a uma aceitação recíproca.
Se os dois grupos aceitarem estas duas regras, podem conviver pacificamente; caso contrário, as incompreensões, as discórdias e as tensões serão inevitáveis.
Evangelho: Mateus 18, 21-35
O perdão de Deus não é uma passada de esponja que apaga o que aconteceu. Deus não cobre com um manto as coisas malfeitas dos homens. Deus não fecha os olhos fingindo não ter visto o que acontece. Isto não é perdão. Não se cura um aleijado, dando-lhe um manto para cobrir os membros deformados.
O pecado é uma coisa séria, não é uma mancha na roupa que pode ser lavada até sem conhecimento do proprietário; é uma destruição que atinge o íntimo da pessoa, é um desastre que deve ser reparado.
Deus manifesta a sua misericórdia, realiza o seu perdão quando transforma o homem e o conduz à conversão, quando provoca uma mudança interior, quando do egoísmo o conduz ao amor efetivo e a atitude dignas dos filhos de Deus.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio