Um aumento de 48% de aumento na tarifa de ônibus em Franca está sendo discutido entre a empresa São José, responsável pelo transporte público, e a Prefeitura. O pedido da empresa alegando ‘reequilíbrio’ financeiro foi protocolado no dia 21 de junho deste ano. O valor da passagem, que é atualmente de R$ 5, passaria para R$ 7,40.
Um estudo técnico desenvolvido pela Emdef – Empresa para o Desenvolvimento de Franca, responsável pela área, apontou um valor viável de R$ 6,02, mas a São José recusou exigindo o valor pleiteado de R$ 7,40.
Nesta segunda-feira, 31, o deputado estadual por Franca, Guilherme Cortez (PSOL), fez uma representação ao TCE – Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – contra o aumento. Para Cortez, o valor proposto pela Emdef já representa um aumento grande para os usuários do serviço. “O aumento pleiteado pela empresa tornaria ainda mais oneroso o transporte público, afetando principalmente os trabalhadores de baixa renda, que gastariam uma parcela significativa de seus salários apenas para se deslocar ao trabalho”, disse o deputado.
Guilherme Cortez lembra que o valor pago em Franca é maior quando comparado com tarifas de outras cidades e que a empresa, que atua há mais de quatro décadas na cidade, tem sido alvo de denúncias variadas, desde acidentes graves até má qualidade na prestação do serviço.
Diante desses pontos, o deputado denunciou a situação ao TCE para que sejam apuradas eventuais irregularidades no cumprimento do contrato de concessão firmado entre a empresa e o poder público. Ele solicita, ainda, que os envolvidos sejam intimados a prestar informações sobre os trâmites da negociação e do contrato, e que documentos relevantes sejam anexados para registro e acompanhamento do caso.
“A tarifa atual praticada em Franca já é absurda se compararmos com o valor da passagem de ônibus no município de São Paulo, por exemplo. Na capital paulista, são 10 milhões de usuários que utilizam o transporte público, com uma frota de 14.500 veículos dividida em mais de 1.300 linhas. O valor cobrado é de R$ 4,40 por passagem”, argumenta Cortez, acrescentando: “Ou seja, R$ 0,60 mais barato que o cobrado atualmente pela empresa concessionária em Franca, onde existem pouco mais de 60 linhas”.
"Insuficientes", diz empresa
A empresa justificou ao protocolar o pedido de aumento que os atuais R$ 5 cobrados pela passagem de ônibus são ‘insuficientes’, uma vez que a empresa precisa arcar com os aumentos de salários dos funcionários, encargos e benefícios trabalhistas, além da manutenção dos veículos, como pneus e chassis.
“Se não houver reajuste, não há como manter a qualidade dos serviços e fazer os investimentos necessários em frota e novas tecnologias que se traduzem em mais conforto e eficiência para o usuário”, diz o diretor de comunicação da São José, Paulo Barddal.