Um portal afiliado à rede
06 de maio de 2024

CÂMARA

Líder comunitário bate-boca com vereadores; 'ultrapassou o seu limite', diz Donizete

Representante do Jardim Palmeiras pediu aos vereadores fiscalização do Executivo, resultando em acalorada discussão na sessão da manhã do Legislativo.

Por N. Fradique
da Redação

30/05/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Divulgação/ Câmara Municipal de Franca

Da esquerda para a direita: Reinaldo Reis e os vereadores Ronaldo Carvalho, Donizete da Farmácia e Marcelo Tidy

O que era para ser uma cobrança de alguns serviços que não estariam sendo executados satisfatoriamente pela Prefeitura de Franca, na opinião de um munícipe, resultou em uma discussão e bate-boca entre o cidadão e vereadores durante a sessão desta terça-feira, 30, na Câmara Municipal de Franca.

O líder comunitário do Jardim Palmeiras, Reinaldo Reis da Silva, usava a Tribuna Livre da Câmara e cobrava melhora nos serviços públicos em várias áreas, entre elas na limpeza pública e a demanda de pessoas na fila de cirurgias eletivas. Em determinado momento, Reinaldo se voltou contra os vereadores dizendo que esse papel de fiscalizar os serviços é dos vereadores. “Eu vou ficar três anos para fazer uma cirurgia na perna? Olha a piscina do Poliesportivo que era para ser reformada e até hoje não. Isso é vocês vereadores...”, disse ele, enumerando várias outras situações.

O primeiro a interpelar o munícipe foi Marcelo Tidy (União). “Sobre a piscina do Poliesportivo, eu acompanhei o processo. A Prefeitura fez quatro licitações e deram desertas. A iluminação no Poli houve uma melhora. Não existe meio legal de se contratar uma empresa e tá resolvido, tem um processo licitatório a ser cumprido”, explicou Tidy.

Reinaldo, então, atropelou a fala do vereador e começou o bate-boca geral. “Deixa eu falar, se não acaba meu tempo. Tem calhas lá no Poli da outra gestão que estão todas quebradas. Uma pinturinha não vai resolver nada”, emendou o munícipe. Tidy continuou a fala. “Eu e meus colegas fiscalizamos sim. Sobre as eletivas já entramos com representação junto ao Ministério Público, porque isso é de responsabilidade do Estado. Quando eu faço duas mil indicações é porque as coisas não estão legais, mas a gente sempre busca uma solução na base do diálogo”.

Em seguida, o vereador Ronaldo Carvalho (Cidadania) interveio na discussão. “Eu concordo com suas reclamações, mas faltou um pouco de respeito da sua parte para com a Câmara Municipal”, disse. “Não é reclamação”, retrucou Reinaldo. “Agora a fala está comigo, respeita. Você está falando que não estamos cobrando nada, acho que não tem visto o trabalho que essa Câmara tem feito. Não estou aqui para defender o prefeito, eu estou aqui para cobrar dele sim. Nós temos feito isso”, disse o parlamentar.

Na sequência, Reinaldo tentou falar, mas foi cortado pelo vereador. “Agora a palavra está comigo. Espero que ao subir à Tribuna você respeite os vereadores. Dizer que a cidade está abandonada é um exagero de sua parte. Pode usar a Tribuna, mas fazer politicagem, não. Você tem o direito de cobrar, mas respeite essa Casa”.

O vereador Donizete da Farmácia (MDB), normalmente ponderado, também entrou na discussão, já acalorada naquele momento, e disse: “Na minha opinião, você ultrapassou o seu limite. Você não pode vir aqui e atacar os vereadores, dizer que não fazemos nada”. Novamente, Reinaldo tentou argumentar: “Eu não ofendi ninguém”.

Donizete, que estava com a palavra e tentava justificar sua posição e forma de trabalhar, disparou: “Você não sabe ouvir. Vai ter eleição no ano que vem, candidata-se. Você nem sabe ouvir. Você faltou com respeito com toda a Câmara”. Atropelando as palavras do vereador, Reinaldo disse: “Eu não quero ser candidato”. Donizete, já sem paciência disse: “Não vou perder tempo com você, que não sabe ouvir”.

No auge do bate-boca, restou ao presidente da Câmara, Carlinho Petrópolis (PL), intervir. “Reinaldo, a gente agradece sua presença”, completando: “A gente trabalha dia e noite e pede respeito. Cada vereador tem seu estilo de trabalhar, vamos cobrar o prefeito naquilo que for preciso, cada um de sua maneira”.