Praticidade, economia e a concentração que o home office nem sempre permite. Estes são os principais atributos buscados por quem adotou o trabalho em ambientes de coworking, também conhecidos por escritórios coletivos ou compartilhados, solução que ganha novos adeptos a cada dia em Franca.
A expressão se tornou comum nos anos 2000, mas desde a década de 1990 em cidades como Berlim e Nova Iorque já era possível locar uma sala ou apenas uma mesa por períodos curtos ou mensalmente sem tantas exigências burocráticas. No Brasil, a ideia chegou em 2008 com a inauguração do The Hub em São Paulo.
Por aqui, os coworkings existem há pelo menos seis anos. Uma pesquisa na internet aponta cerca de dez resultados do tipo em Franca. A reportagem do Portal GCN/Sampi Franca visitou três locais para conhecer o conceito e as impressões de quem usa o coworking. As salas, privativas ou compartilhadas, podem ser alugadas por mês, por dia ou até por hora, conforme a necessidade.
A facilidade para a locação é a primeira vantagem encontrada pelo profissional. Um contrato de adesão com pagamento antecipado é a única exigência dos administradores de espaços, sem os fiadores ou cauções comuns às imobiliárias. As despesas de luz, água, telefone, internet e limpeza estão inclusas nas mensalidades, que podem ser a partir de R$ 200 por uma mesa em um ambiente coletivo, ou R$ 500 por uma sala privada.
O pioneirismo cabe à B2B, que abriu as portas em 2017 e conta com duas unidades, na Vila Nossa Senhora das Graças e na avenida Major Nicácio. “Eu morava em São Paulo e já conhecia o conceito. Quando voltei para Franca, conversei com meu marido e entendemos que seria interessante investir nessa atividade”, conta a publicitária Beatriz Zamikhowsky, que administra o empreendimento.
A jornalista e redatora publicitária Ana Paula Limonti usa, há um ano, uma sala coletiva na B2B, dividida com outros três profissionais, para garantir a concentração no trabalho. “Quando eu decidi trabalhar por conta própria eu já procurei o espaço, pois em casa, com filho, eu não conseguia conciliar e ter o foco necessário”, comentou.
Com 32 salas e um espaço coletivo com 12 estações de trabalho, além de auditório, sala de reuniões e até um cantinho para animais de estimação, a Blue Business, localizada no Centro da cidade, tem mais de 200 locatários ativos e quase 1 mil profissionais cadastrados em seu sistema.
O escritório hoje não tem vagas disponíveis para novos interessados e já planeja uma expansão. Atualmente presta consultoria para um novo espaço de coworking que deverá ser inaugurado em 2024, com foco para profissionais da área da saúde. “O plano é oferecer esse local a quem atua no ramo da saúde, mas nada impede que outros profissionais sejam usuários”, disse Laís Gomes, gerente operacional da Blue.
O mantenedor do polo da Universidade Estácio em Franca Fernando Uchôa, montou seu escritório no edifício e é um entusiasta do compartilhamento. “A questão da inteligência é fundamental. Tenho mais de 80 colegas no prédio de diversas atividades com uma única impressora. Hoje praticamente não se imprime mais, não preciso ter uma impressora exclusiva. Sem contar a economia que temos com despesas diversas”, afirmou.
Completando seu quarto aniversário neste mês, o Bonsai Coworking, localizado na Vila Monteiro, conta com sete salas - todas com ocupação máxima - e surgiu do interesse de compartilhamento de espaço do administrador do local, o advogado Daniel Itokazu. “Sempre quis um escritório particular, mas ter um espaço só para minha atividade não fazia sentido. Eu já conhecia o método por ter viajado para o exterior, e resolvi oferecer”, afirmou.
Outra aposta do Bonsai é na preservação do meio ambiente. “Nosso espaço conta hoje com energia 100% limpa”, comentou Daniel.
Locação de endereço
Uma funcionalidade oferecida por todos os espaços de coworking é a locação do endereço para fins legais ou de correspondência. “A pessoa quer evitar receber um cliente ou alguma entrega em casa, então ele tem o nosso endereço disponível por uma taxa mensal, e cuidamos desses trâmites”, disse Amanda Andrade, analista comercial da Blue.
Serviço: