27 de julho de 2024
ECONOMIA

Grupo Rafarillo pede recuperação judicial; dívida chega a R$ 117,6 milhões

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Fábrica de Calçados Rafarillo funciona há 32 anos em Franca

Decisão da 3ª Vara Cível de Franca aprovou o processamento do pedido de recuperação judicial feito pelo Grupo Rafarillo. A decisão saiu no último dia 3. O valor da ação é de R$ 117.628.885,37.

Os beneficiados são a Rafarillo Indústria de Calçados, sete postos de combustíveis, uma empresa SAC Participações Societárias e uma fazenda. As empresas contam com dois sócios, os irmãos Cloves de Paula Cintra e Valter de Paula Cintra.

A partir da decisão, as ações contra o grupo ficam suspensas, assim como seus prazos. A empresa tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. Caso seja descumprido, a recuperação pode ser transformada em falência.

A decisão foi baseada nas informações apresentadas pelo grupo. A trajetória do grupo econômico abrange diversos setores e foi iniciada com a indústria de calçados. Posteriormente, expandiu suas atividades para a criação de bovinos e produção de café após a aquisição da Fazenda Santa Edwiges em 2007. Em 2015, o Grupo Rafarillo fundou uma nova empresa voltada para a revenda de combustíveis, que deu origem aos postos de combustíveis RFL.

A recuperação judicial foi solicitada com o objetivo de reestruturar o passivo das empresas, buscando o reequilíbrio das contas e o retorno do crescimento sustentável do grupo. A decisão do deferimento da recuperação judicial permite que o processo de reestruturação das empresas seja realizado, garantindo a continuidade das atividades e a possibilidade de pagamento dos credores.

O empresário Valter de Paula Cintra, conhecido como Valtinho, confirmou nesta quarta-feira, 17, que as empresas estão enfrentando uma crise financeira devido a diversos fatores, incluindo a queda de rentabilidade causada pela pandemia de covid-19, o aumento do preço do petróleo, a perda das safras de café devido à forte geada, a evolução da taxa de juros e inflação, a crise cambial e a crise estrutural do setor calçadista de Franca.

“Abrimos uma unidade da fábrica de calçados no Nordeste, mas a pandemia não acabava, tivemos que fechar e trazer o maquinário de volta. Também demitimos cerca de 50 funcionários no começo deste ano. Mas acertamos com todos os funcionários. Esse pedido junto à Justiça é para ganharmos um fôlego e colocarmos as coisas em ordem”, disse Valtinho.

A Justiça ressalta que alguns documentos pendentes devem ser apresentados pelos empresários, incluindo as demonstrações contábeis relativas aos últimos exercícios e os livros-caixa digitais dos produtores rurais referentes ao ano de 2022. A administradora judicial EXM Administração Judicial foi nomeada para acompanhar o processo e verificar o cumprimento dos requisitos legais.

O Grupo Rafarillo conta com cerca de 300 funcionários atualmente, sendo 180 na fábrica de calçados. “Vamos trabalhar para cumprir os acordos, e já temos uma feira do setor de calçados para participarmos nos próximos dias”, finalizou o empresário.