24 de dezembro de 2025
RECUPERAÇÃO

Diagnosticado com doença rara, garoto com ferida na boca recebe alta

Por Gabriel Garcia | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
WhatsApp/GCN
Luiz Gustavo Paranhos, 15, já recuperado

Um caso que intrigou os médicos, as feridas na boca de Luiz Gustavo Paranhos, 15, finalmente teve um diagnóstico. Após passar por várias dificuldades, o adolescente foi diagnosticado com a doença BC, rara e incurável. Agora, Luiz Gustavo e sua família buscam por tratamento. Seu caso clínico já é estável e, agora, o garoto termina de se recuperar em casa.

O princípio do caso de Luiz Gustavo foi no dia 19 de março, um domingo, quando foi internado no Pronto-socorro Adulto por apresentar feridas na região dos lábios e dentro da boca. “Ele não conseguia comer, foi horrível”, conta a mãe, Pâmela Paranhos – ela precisou largar o emprego por duas semanas para ficar ao lado do filho.

A primeira suspeita foi uma infecção bacteriana, que teria atacado a região da sua boca e causado vária dilacerações, agredindo muito sua saúde. A partir disso, a luta por uma vaga de transferência de sua internação do PS à Santa Casa de Franca começou. A mãe, nesse momento, se encontrava apavorada com a situação. “Isso me apavora, eu posso perder ele, se isso se espalhar pelo resto do corpo. Tenho medo de não conseguir a vaga a tempo”.

No ponto de vista dos médicos do PS, Luiz precisava realizar uma biópsia, retirar parte da região afetada para realizar um exame mais detalhado e, assim, chegar a um diagnóstico. Então, quatro dias após sua internação no PS a tão esperava vaga na Santa Casa apareceu. Luiz Gustavo foi transferido na quinta-feira, dia 23 de março, quando recebeu cuidados minuciosos para descobrir mais sobre seu problema.

Já na Santa Casa, após doses de glicose por não conseguir comer e se nutrir corretamente por conta das fortes dores na boca, realizou três exames de sangue, para identificar o mais rápido possível a verdadeira causa de suas feridas.

Mesmo no hospital, a biópsia não foi aprovada. O exame esperado pela família, a causa de toda ansiedade para descobrir o problema, foi adiado pelo receio dos médicos “de piorar o caso de sua boca, por ser uma causa desconhecida”.

No dia 26, um sábado, a família se deparou com uma situação inusitada. “Pode ser a doença BC, ela é rara e não tem cura”, relatou a mãe no dia.

O caso do jovem já estava melhor, com suas feridas se fechando, menos agressivas, caso se estabilizando e já conseguindo comer um pouco melhor, porém a suspeita da doença abalava a família.

A Doença de Behçet (doença BC) é uma enfermidade rara e pouco conhecida, cuja causa é desconhecida, mas pode ser tratada com medicamentos específicos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença é mais comum em países que se estendem da Ásia ao Mediterrâneo e, no Brasil, não há mais do que 15 mil casos por ano. O médico que levantou a suspeita para Luiz Gustavo, segundo a mãe, relata que não chegou a ver mais de cinco pacientes afetados por ela.

E o maior temor de Pâmela se concretizou, a rara doença foi diagnosticada em seu filho. “É uma doença que não aparece em exame laboratorial, só nos clínicos", explica a mãe. Porém, mesmo com a má notícia, uma boa veio junto – Luiz Gustavo teve uma melhora considerável em seu quadro e recebeu alta, na tarde desta sexta-feira, 31.

“É algo que ele vai viver para o resto da vida, estamos nos preparando, já marcamos consultas para buscar um tratamento para ele”, relatou Pâmela. “Por mais que seja uma doença incurável, rara e outras coisas a mais, ainda é possível controlar ela com tratamento”, finalizou.

Mesmo com o diagnóstico, o jovem Luiz Gustavo já ostenta seu sorriso. Com as úlceras em sua boca já reduzidas, ele consegue se alimentar corretamente outra vez, seu aspecto melhorou e já está apto às atividades rotineiras outra vez, e até mesmo planeja seu retorno ao cotidiano da escola.