17 de novembro de 2024
RELIGIÃO

Domingo de Ramos

Por Monsenhor José Geraldo Segantin | Especial para o GCN
| Tempo de leitura: 2 min

Neste domingo (2), começa a Semana Santa com a recordação da entrada de Jesus em Jerusalém. Ele é acolhido com homenagem: as pessoas traziam ramos verdes nas mãos e aclamavam Jesus como o seu Rei.

Primeira Leitura: Is 50
Já há muitos anos, o profeta se encontra na Babilônia, e com ele vivem, desanimados e desiludidos, os exilados. A estas pessoas desesperançadas ele foi enviado para anunciar uma palavra de consolação.

Está consciente do fato de que não poderá desenvolver a sua missão com tranquilidade. Aguarda-o uma forte oposição, uma hostilidade que não se limitará a palavras de ofensa, mas se traduzirá numa agressão física real: cuspirão no seu rosto, baterão nele, torturá-lo-ão e o flagelarão.

Não obstante tudo isso, porém, ele permanecerá fiel ao Senhor e levará a cabo a sua missão em favor dos oprimidos. Este trecho de Isaías nos relembra com certeza o que os soldados de Pilatos fizeram para Jesus.

Segunda Leitura: Fl 2
Paulo amava muito a comunidade de Filipos. Havia ali muitas pessoas simples e generosas às quais era ligado por sólida amizade. Também em Filipos havia o problema da inveja entre os cristãos. Alguém queria achar-se superior aos demais.

Paulo sente, então, a necessidade de recomendar aos filipenses; “Não deveis fazer nada por egoísmo, ou para sentir-vos superiores aos outros, mas cada um de vós, com toda a humildade, considere os outros superiores a si mesmo, ninguém procure o próprio interesse, mas antes o dos outros.

Para conseguir fazer penetrar até o fundo do coração dos filipenses este ensinamento, Paulo continua sua exortação apresentando o exemplo de Jesus Cristo.

Este canto nos apresenta a pessoa de Jesus e sua vida. Ele já existia na forma divina antes de fazer-se homem; com a encarnação pôs de lado a sua grandeza divina e apareceu diante dos nossos olhos na humildade e na fraqueza do homem, do mais desprezado dos homens, o escravo, aquele para quem os romanos reservavam a morte da cruz.

Permitamos que esta imagem de Jesus, humilde servo dos irmãos, penetre no nosso coração nestes dias nos quais celebramos o seu rebaixamento mais profundo (a morte) e o ápice da sua glorificação (a ressurreição).

Evangelho Mt 26
A narração da Paixão que nos é proposta hoje é a de Mateus.

O que Mateus narra, portanto, não deve ser interpretado como informação de um cronista, mas como a afirmação de um teólogo que reconhece que, na hora da morte de Jesus, surgiu um mundo novo.

Diante de tantos sofrimentos, de tantas angústias, de tantas injustiças, nós também nos sentimos levados ao desânimo. Mateus nos lembra, porém, que o mundo novo já começou no momento da morte e da ressurreição de Cristo, embora a sua plena manifestação ainda esteja longe. Este mundo novo se aproxima toda vez que um discípulo tem a coragem de dar a própria vida por amor, como fez Jesus.

Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.