19 de dezembro de 2025
JUSTIÇA

Vereadores são afastados de Câmara da região acusados de 'rachadinha'

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Reprodução
Arsênio Amaro Dias (Podemos), o 'Arroizão', e Ronan Taffarel Ferreira da Cruz (Republicanos)

Em uma decisão judicial da última sexta-feira, 10, dois vereadores da cidade de Guará tiveram seus mandatos suspensos por 90 dias por crimes cometidos contra uma servidora comissionada da Câmara da cidade. A mulher seria obrigada a fazer um empréstimo para um dos parlamentares e pagá-lo com o próprio salário, em um esquema de rachadinha, para nao perder o emprego. Um dos vereadores foi denunciado por concussão e o outro é acusado de perseguição.

A decisão também proíbe Ronan Taffarel Ferreira da Cruz (Republicanos) e Arsênio Amaro Dias (Podemos), o "Arroizão", de frequentar a sede do Legislativo local e a casa da vítima ou de seus familiares, bem como de deixar a Comarca.

Os vereadores já estavam afastados da Câmara desde dezembro do ano passado, e agora ficarão por mais 90 dias após a decisão da Justiça, que aceitou a denúncia do Ministério Público e os tornou réus na ação.

De acordo com o promotor Túlio Vinícius Rosa, os vereadores armaram um esquema destinado a intimidar servidores com o objetivo de obter dinheiro ilegal para arcar com as despesas de defesa de um dos parlamentares, que enfrenta acusações criminais por fraudes em documentos públicos. Em troca, um vereador apoiaria o outro na corrida pela presidência da Câmara.

A servidora, que se tornou a única responsável pelo sustento da família após a perda do marido por causa da covid-19, foi escolhida como vítima por estar em uma situação financeira vulnerável. A mulher ouviu que precisaria fazer um empréstimo bancário e repassar o valor para um dos vereadores para manter o emprego e que as parcelas seriam pagas com seus próprios vencimentos.

A vítima se negou a colaborar e gravou a conversa com os vereadores, mas depois foi constrangida a apagar os áudios. Para a Promotoria, a mulher "foi intimidada e perturbada em sua esfera de liberdade e privacidade", com finalidades ilícitas.

O GCN não conseguiu contato com a defesa dos vereadores.