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04 de maio de 2024

BONS TEMPOS

Abandonados, tradicionais clubes associativos viram ruínas em Franca

Devolvida à Prefeitura, área onde funcionava a unidade campestre do Internacional está abandonada e depredada.

Por N. Fradique
da Redação

29/01/2023 - Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca

Dirceu Garcia/GCN

Área onde funcionava unidade campestre do Inter está abandona, depredada e com as piscinas abertas

Há um tempo, o programa de fim de semana era frequentar os tradicionais clubes associativos que existiam na cidade. A área das piscinas era uma das partes mais concorridas dentre as atividades que o grande número de associados tinha à disposição.

Atualmente, a maioria desses clubes não contam mais com sócios, apenas com colaboradores se limitando a sócios-dirigentes. Poucas agremiações ainda sobrevivem ao tempo, outros fecharam as portas de vez.

Quem passa pelos locais onde existiam movimentados clubes se deparam com ruínas, muito mato e o sinal claro de abandono. Isso pode ser constatado onde funcionava o Bagres Country Club. Em uma área privilegiada, às margens da rodovia Cândido Portinari, saída para Cristais Paulista, o local nem parece que no passado reunia multidão em seus eventos à beira das piscinas. A área particular, vendida para um investidor, está com as portas dos prédios e portões trancados e as piscinas não existem mais, foram aterradas.

Outra área em completo abandono, mas pública, é onde existia o Internacional Esporte Clube, unidade campestre, próxima ao Posto Paineirão, zona Norte da cidade. O contrato de comodato entre Prefeitura e clube expirou há anos.

“O clube queria permanecer com suas atividades no espaço, mas o prefeito na época não quis, pedindo a área de volta”, disse Fernando Borini, atual presidente do Inter, que mantém sua sede na Estação em atividade.

A área Inter foi devolvida à Prefeitura com toda estrutura funcionando - três piscinas, campos de futebol, salão para eventos e outras edificações. Atualmente, as piscinas estão vazias a céu aberto, a construção toda depredada, abandonada e cheia de mato.

A Associação Atlética Francana também sofre com a queda no quadro de associados há anos. Mesmo com uma área podendo ser utilizada para várias atividades, uma parte segue fechada, inclusive a área das piscinas.

Anderson Silva, ex-presidente da Francana e atual diretor financeiro, disse que os clubes associativos passam por uma mudança cultural. “Muitas pessoas que no passado não tinham opções de lazer, hoje tem muitas oportunidades de diversão e não mais clubes com piscinas. Durante minha gestão, tive a oportunidade de participar de alguns congressos referentes a este assunto. Em um dos congressos presenciei cerca de 23 clubes do interior com as mesmas dificuldades. Os investimentos para manter o clube aberto não eram suportados pela quantidade de sócios”, explica Anderson.

Na década de 1980, o clube contou com mais de 6 mil associados. “Uma solução utópica em minha visão era tornar o clube em um centro de treinamento olímpico onde poderíamos mudar de clube associativo para centro esportivo”, finalizou Anderson.