Torcedor ou bolsonarista? Para parte dos brasileiros, nunca foi tão difícil usar verde e amarelo durante a Copa do Mundo. Para não serem confundidos com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), comunistas fizeram uma "atualização" na amarelinha. Em Franca, o novo design ganhou adeptos e um descontão na compra.
Na cidade, a camiseta é vendida pelo diretório municipal do PCB, com o slogan: "Comunista no Hexa. Adquira sua camiseta e não seja confundindo com um bolsominion".
O candidato a senador nas eleições deste ano, Tito Flávio (PCB), explica que o layout da camisa foi feito por amigos em Florianópolis (SC). "Um design produziu como se fosse um esboço, uma brincadeira de um novo símbolo da camisa brasileira".
Brincadeira que deu certo. Segundo ele, a expectativa era vender por volta de 30 camisas. Apenas no primeiro lote, 210 peças foram entregues. E 50 já foram encomendadas na segunda leva.
"Vendemos para o Brasil inteiro, do Pará ao Rio Grande do Sul. Foi bem bacana fazer essa rede. Agora temos um grupo de quem comprou a camisa. O pessoal tem mandados devolutivas e recebemos as fotos".
Design
A cruz de malta e a sigla CBF, no escudo da confederação, foram substituídos pelo facão, martelo e flecha, em alusão aos povos originários: os índios. Ao invés do nome da patrocinadora, cujo logo é o da Adidas, a palavra "Antifa" ganhou destaque na região do peito. O termo é a abreviatura de antifacismo. A camiseta lembra a usada pela seleção em 1994, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato mundial.
Na parte de trás da camisa, o público pode escolher entre Sócrates (8) e Leônidas (21). Ambos os ex-jogadores de futebol são reconhecidos pelo posicionamento político. Sócrates foi um dos principais nomes da Democracia Corinthiana - movimento que pedia o fim da Ditadura Militar (1964 - 1985) e o direito ao voto. Já Leônidas, além de criador do gol de bicicleta, era comunista.
Agora, se você é um comunista "raiz", não se preocupe... Tem a camisa da seleção no tradicional vermelho, próximo ao vinho.
Ainda na parte de trás, o público encontra duas frases: "Quero mudar meu país. Quero mudar meu povo, sempre" ou "Sou do povo, nasci do povo e me fiz entre o povo, como pois, ficar separado do povo?".
Preços
As camisas são vendidas por encomenda. Em Franca, a peça sai por R$ 60. Em São Paulo, o preço sobe para R$ 85. Já em outros estados do país, o interessado precisa desembolsar R$ 92.
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