O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) baniu na tarde desta quinta-feira, 3, uma comunidade do Telegram com mais de 1,1 mil participantes de Franca que estavam à frente de manifestações contra o resultado das eleições presidenciais.
O grupo inicialmente tinha o nome de “Paralisação Franca”, mas após uma sequência de outras contas banidas, os administradores, com medo de terem o seu grupo também excluído, mudaram a denominação para “P-Franca”. Após o banimento, o nome foi alterado novamente, para “t.me/informafrc” – mas permaneceu bloqueado.
As conversas no grupo eram sobre como eles se organizariam nas manifestações. Serviam também para arrecadar ajuda para os caminhoneiros que permaneciam no posto Paineirão. Muitas notícias falsas eram publicadas de minuto em minuto, algumas desmentidas pelos próprios participantes.
Depois do banimento, muitos usuários reclamaram em vários grupos de WhatsApp criados para a mesma intenção. Os manifestantes também criaram contas em outros aplicativos de mensagens.
"Intervenção federal"
Durante o período eleitoral, grupos somando mais de 500 mil participantes já haviam sido bloqueados pelo TSE. Depois do resultado das eleições, comunidades virtuais começaram a ser usadas pelos manifestantes, que pediam intervenção militar. Passadas 72 horas da eleição, contagem que eles próprios estabeleceram, passaram a pedir "intervenção federal". Um dos argumentos seria "o cumprimento do artigo 142 da Constituição".
Fake news
Um usuário fez a seguinte manifestação fake news no grupo de golpistas de Franca: "Notícias de dentro do quartel. Os militares já querem e estão de prontidão. Mas precisa de mais gente nas ruas (...) Se o movimento ficar bem forte, talvez às 20:00 teremos surpresas positivas. (...) Está muito perto!".
Outro golpista francano divulgou um post com uma espécie de passo a passo de como se daria a engenhosa "intervenção militar": militares tomam as ruas; Congresso e Supremo Federal são desfeitos; após 3 meses, convocação de nova eleição, "em que o Presidente fica proibido de concorrer".