O domingo chegou e a Palavra de Deus nos ensina que é sempre necessário reconhecer o poder de Deus em nossa vida: é a história dos leprosos hoje.
Primeira leitura: 2Rs 5.
Naamã, o comandante do exército da Síria, estava duplamente imundo. No corpo, porque era leproso, e na alma, porque adorava Remon e não conhecia Javé.
Naamã desce até o rio Jordão, lava-se sete vezes e a sua carne torna-se tenra como a de uma criança: está curado. Volta, então, para agradecer a Eliseu, levando-lhe um presente, mas este se recusa a aceitá-lo. O homem de Deus não quer, decididamente, que Naamã pense que a cura é devida aos seus méritos. Naamã entende: foi Javé, o Deus de Israel, quem o curou. Faz, então, sua profissão de fé. Reconheço que não há outro Deus em toda a terra, senão o de Israel.
Segunda leitura: 2Tm 2.
Quando escreve a segunda carta a Timóteo, Paulo está na prisão em Roma. Qual é o consolo do apóstolo nesta situação difícil? É o pensamento que também Cristo passou pelos mesmos sofrimentos e incompreensões antes de entrar na glória.
Evangelho: Lucas 17.
Dizia-se no tempo de Jesus, “Quatro categorias de pessoas são equiparadas a um morto: o pobre, o leproso, o cego e quem não tem filhos”. Os leprosos não podiam aproximar-se das cidades e os lugares onde eles moravam eram considerados impuros, como os cemitérios.
Os leprosos, portanto, sentiam-se rejeitados por todos: pelos homens e por Deus. Sendo estes os costumes e esta a mentalidade, entende-se o motivo pelo qual os dez leprosos, dos quais nos fala o Evangelho de hoje, tenham parado à distância e de longe tenham gritado: “Jesus Mestre, tem piedade de nós”. Jesus, ao vê-lo, disse: “Ide e apresentai-vos aos sacerdotes”. A lei estabelece que, quem ficar curado desta doença, se apresente ao sacerdote.
Os dez leprosos, então partem e, ao longo do caminho, percebem que estão curados.
Percebendo que estava curado, um dos dez leprosos volta atrás e, tendo encontrado o Mestre, prostra-se seus pés e lhe agradece. É um samaritano. Jesus fica admirado de que só um, o estrangeiro, tenha sentido a necessidade de dar graças a Deus. Ergue-se e lhe diz: “Levanta-te e vai, tua fé te salvou”.
Jesus não fala de agradecimentos; afirma que o samaritano foi o único que deu glória a Deus, isto é, o único que se deu conta imediatamente de que a salvação de Deus chegou até os homens por meio de Jesus.
Os outros não eram maus, só demoraram para entender a novidade.
O samaritano curado está agora em condições de dizer aos sacerdotes: A salvação de Deus é para todos!
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.