Ler livros

Muito se disse que no século XXI, com o avanço tecnológico, não mais se editariam livros, visto que não mais existiriam leitores para eles. Tal prognóstico não corresponde à realidade atual e, segundo especialistas no assunto, como Alberto Manguel, possivelmente continuará falso por muito tempo.

Manguel é argentino, naturalizado cidadão canadense. Em 1996 publicou um avantajado volume que intitulou Uma história da leitura. Uma preciosidade da qual me vali em muitas aulas.

Conta ele que, entre as muitas razões para tão extensa pesquisa e escrita, estava a necessidade de registrar a constituição da leitura através do tempo, pois como dito acima, o futuro da leitura, principalmente através de livros, parecia incerto.

Em uma entrevista exibida recentemente pelo canal Curta, ele comentou sobre a presença incisiva do livro nesse nosso tempo e citou um fato curioso: que ao usarmos tecnologias modernas, como tablets por exemplo, lemos “desenrolando” a escrita, como liam os que liam pergaminhos!

Ler livros, em qualquer tempo, em qualquer lugar, de qualquer forma, é um ato que possibilita ampliação da visão de mundo. Uma das funções da leitura e da escrita. Inúmeras outras existem. Até a de Flaubert, citada por Manguel e ratificada por muitíssimos leitores: “ler para viver”.