Deus ama a todos sem distinção. As pessoas mais pobres, desprezadas e esquecidas são muito valorizadas por Ele. É o ensinamento da Palavra hoje.
Primeira Leitura: Amós 6.
Já vimos no domingo passado qual era a situação econômica e social em Israel no templo de Amós.
O profeta levantou sua voz contra os comerciantes que roubavam e exploravam os pobres do povo.
A leitura de hoje nos propõe uma outra passagem do mesmo profeta. Esta vez o seu ataque duro, violento, é contra os chefes políticos, contra os aristocratas, que possuem seus palácios na cidade da Samaria.
A leitura termina com uma terrível ameaça: dentro de poucos anos virão os inimigos, os assírios, que incendiarão os seus palácios e destruirão a cidade. Os chefes indolentes serão arrancados dos seus esplendidos divãs e serão arrastados como escravos para Nínive.
Segunda leitura: 1ª Timóteo 6.
Quando escreve ao seu amigo Timóteo, bispo de Éfeso, Paulo está antes de tudo preocupado, porque nas comunidades cristãs estão se infiltrando alguns “falsos mestres” que difundem doutrinas exóticas, que desviam os cristãos da verdade. Na última parte da sua carta, ele descreve os vícios dessas pessoas: estão obcecadas pelo orgulho, são ignorantes, perdem tempo em discussões ociosas e, o que é pior de tudo consideram a religião como uma fonte de lucro. O amor ao dinheiro, diz ele, é a raiz de todos os males.
O apóstolo recomenda a Timóteo que fuja destes males, que cultive a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a boa vontade em relação.
Evangelho: Lucas 16.
No tempo de Jesus todos esperavam uma reviravolta das condições sociais. Dizia-se entre os pobres: Um dia os poderosos serão entregues nas mãos dos justos; estes os degolarão e os matarão sem piedade.
Jesus nos quer ensinar que o fato de existirem, neste mundo duas categorias de pessoas, os ricos e os pobres, é contra o plano de Deus. Os bens foram dados para todos e quem tem mais deve dividi-los com quem tem menos ou com quem não tem nada de modo que haja igualdade e que para todos se criem condições de vida, dignas de pessoas humanas. Então, antes que alguém possa permitir-se luxos, é preciso que todos tenham tido condições de satisfazer as suas necessidades mais elementares.
Ao comentar esta parábola, Ambrósio, um bispo dos primeiros séculos, dizia: Quando deres alguma coisa ao pobre, não lhe oferece o que é teu, mas lhe restituis o que já lhe pertence, porque a terra e os bens deste mundo pertencem a todos, não só aos ricos.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.