Quantos sonhos/ terei de frequentar/ para te traduzir/ sem me acabar/ também não sei. Leia o poema de Mirto Felipin.
Por Mirto Felipin
especial para o GCN
16/07/2022 - Tempo de leitura: < 1 min
“Sou um monte intransponível no meu próprio caminho...”
Clarice Lispector
Quantos sonhos
terei de frequentar
para te traduzir
sem me acabar
também não sei
Noites essas
tão inquietas
não me ajudam
a morrer
nem a ti esquecer
Seria a sombra
do moreno corpo
talvez o preto
do carrapicho cabelo
seria sonho
seria pesadelo
teu forte abraço
teu rude apelo?
Por sonhos cinzas
arrastarei meu tormento
em busca da paz
na tua boca serena
decifrando os sermões
de mentiras amenas
a tentar o entender
de onde vens e
como a ti me prender