24 de dezembro de 2025
EXPANSÃO

Drogarias de redes se espalham pela cidade e afetam negócios das pequenas farmácias

Por Higor Goulart | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Dirceu Garcia/GCN
DrogaRaia e DrogaFarma, na avenida Brasil, dividem vizinhança e clientes

Os últimos dois anos foram de expansão para o setor farmacêutico. Basta andar por Franca e comprovar: nunca se viu tantas drogarias e farmácias de manipulação como agora. Em alguns pontos, os estabelecimentos até são vizinhos. Atualmente, em Franca, são 185 estabelecimentos farmacêuticos, conforme aponta o Conselho Regional de Farmácias do Estado de São Paulo.

O mesmo órgão informa que na região de Franca, composta por 28 municípios, o crescimento de estabelecimentos do tipo foi de 41,5%. “O varejo farmacêutico vem apresentando grandes perspectivas de crescimento em função de fatores variados, como o envelhecimento da população e a chegada de cada vez mais opções de produtos no mercado”, explicou Wilson Rigoni, delegado regional do CRF.

Apesar de uma alta taxa de drogarias recentes, percebe-se que o crescimento do setor se limitou às grandes redes farmacêuticas, como Drogaria São Paulo, DrogaRaia, TotalPopular e DrogãoSuper.

Com as redes, maiores opções de ofertas e produtos passaram a ser encontrados pela população. Mas as drogarias populares e de bairros passaram a ter dificuldade para se manterem ativas na concorrência do setor.

“O mercado nos últimos anos focou apenas na questão do preço, o que afeta as margens de todos os estabelecimentos, em especial das farmácias e drogarias de pequeno porte”, disse Wilson.

Para o vereador Donizete da Farmácia, que se tornou conhecido justamente por seu trabalho na área, como proprietário da Drogaria Mercúrio, o crescimento das grandes redes deve prejudicar ainda mais os pequenos negócios. “Isso faz parte de todo o processo e de todo o sistema da concorrência. Na verdade, a tendência é ficarem apenas as grandes redes, já que eles são muito fortes e o poder aquisitivo é maior do que o de uma farmácia pequena”, disse Donizete.

Donizete e Wilson se unem no fator que pode manter as drogarias menores no mercado: o relacionamento do profissional farmacêutico e os clientes. “As grandes redes são vendedoras de remédio, não têm o atendimento humanitário que as pequenas farmácias têm”, destacou Donizete, lembrando o diferencial das farmácias pequenas.

“Para superar a concorrência, elas (drogarias menores) precisam direcionar seus esforços para o relacionamento e a prestação de serviços, visto que a qualidade dos serviços prestados faz a diferença na fidelização do cliente”, concordou o delegado do CRF.