24 de dezembro de 2024
RELIGIÃO

Noites de ventos contrários

Por Pastor Isaac Ribeiro | especial para o GCN
| Tempo de leitura: 2 min

“E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário.”
Mt. 14.24

O versículo que destacamos faz parte de um texto em que os discípulos de Jesus são submetidos a uma grande prova de fé. Naquele momento de medo, pânico, perplexidade, e de total incapacidade, Jesus vem andando por sobre as águas e o seu relógio marcava a quarta vigília da noite.

Teria Deus perdido a hora? Dormido no ponto? Teria Ele abdicado do compromisso radical que tem com as nossas vidas?  Não! Diz o texto enfaticamente: “Ele veio na quarta vigília da noite” (três horas da manhã). Por quê? Porque é na quarta vigília que a noite se faz mais escura, as ondas mais revoltas e os ventos mais rijos em razão da proximidade do nascer do sol (o texto atesta esse fenômeno quando diz que neste período eles remavam com dificuldade porque “o vento lhes era totalmente contrário”).

Como sempre, o relógio de Jesus estava rigorosamente pontual. Veio quando a escuridão era mais densa, as ondas mais encapeladas e os ventos totalmente contrários.  Caro leitor, o relógio de Jesus é assim, sincronizado com o nosso sofrimento e as nossas dores. Jamais chega atrasado em nossa vida para a manifestação de sua graça e de sua misericórdia. Jamais posterga o milagre esperado. É verdade que nem sempre cede às pressões de nosso imediatismo. Como Deus, sabe a hora certa de intervir. Ele sempre aparece quando a noite se faz mais escura e os ventos são totalmente contrários.

É possível que muitos que lêem esta mensagem estejam com a terrível sensação de que Deus perdeu a hora e está atrasado em cumprir as suas promessas. Talvez muitos estejam nutrindo a ideia de um Deus distraído e incapaz de manifestar a sua graça no tempo certo dos sofrimentos. É preciso entender que o relógio de Jesus nunca falha. Ele Sempre aparece. Nos momentos mais difíceis de nossa vida, contemos com a ajuda do Todo Poderoso, e qual o salmista, exclamemos: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus”. Salmos 46.  Vamos refletir sobre estas verdades.

Deus vos abençoe.

Isaac Ribeiro é pastor evangélico e presidente da Assembleia de Deus (Missão) em Franca.