O avô morreu quando ele tinha três anos. Um ano e meio depois, numa conversa em família, a tia conta um caso envolvendo seu Alberico.
E o menininho: “quem é Alberico?”. Entreolham-se os presentes e alguém responde: “o vovô”. Então: “ah! Ele que me levava pra passear no parquinho e andar de motoquinha”. A memória é acionada. Não raro, ela precisa ser coletiva para que o lembrar aconteça, ou se complete, ou seja mais fidedigno. E lembrar, muitas vezes, é essencial para a construção da identidade, para não repetir caminhos indesejados, para acrisolar no coração afetos, fatos encorajadores, conhecimento que é clarão. Lembranças que do passado ajudam no presente a protagonizar o futuro.