O quarto domingo da quaresma é conhecido também como domingo da alegria porque nesse domingo vislumbramos a Páscoa do Senhor na liturgia da Palavra, através do tema da reconciliação.
Primeira Leitura: Josué 5.
Antes de abandonar o Egito, os israelitas celebraram uma grande festa, a Páscoa. Guiados por Moisés e protegidos pelo Senhor, atravessam o mar Vermelho e penetram no deserto onde permanecem durante longos quarenta anos.
A leitura de hoje é a conclusão desta longa viagem. Finalmente estão livres e podem tomar posse de uma terra fértil. A cada família será destinado um pedaço de terra para cultivar. Deus foi fiel às promessas feitas a Abraão. Para manifestar a própria alegria e a própria gratidão, os israelitas decidem então celebrar novamente a festa da Páscoa, como tinham feito seus pais na noite da saída do Egito.
Segunda Leitura: IIª Carta aos Coríntios 5.
O tema desta passagem é a “reconciliação”.
A reconciliação com Deus não é resultado da boa vontade e dos esforços do homem, mas é obra de Deus. É ele que toma a iniciativa de restabelecer a paz.
Como acontece esta reconciliação? Ela não se realiza mediante ritos de purificação ou práticas ascéticas, mas através da palavra do apóstolo que é enviado a anunciar aquilo que Deus fez pelo homem. Este deve só permitir que a sua mente e o seu coração se abram para o dom que lhe é oferecido.
Evangelho: Lucas 15.
Estamos agora diante da mais sublime de todas as parábolas do Evangelho!
Esta é conhecida como a parábola do “filho pródigo”.
Jesus, contudo, não a contou para convencê-los a mudar de vida.
O filho mais jovem, certo dia, decide abandonar a família e tem pressa.
O pai não impede a partida, não fala uma palavra sequer. Esta sua atitude mostra o respeito de Deus pela liberdade do homem.
Longe da casa do pai, o filho mais jovem não encontra a felicidade que esperava.
A experiência do “desencanto” é providencial, pois permite recuperar a consciência de si mesmo.
O jovem não está preocupado com o sofrimento causado ao pai, mas com a fome que está passando.
A atitude de Jesus revela quais são os sentimentos de Deus: ele não ama só os justos e os pecadores arrependidos; ama a todos, sempre e sem condições.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.