Estamos vivendo o segundo domingo da Quaresma.
Primeira Leitura: Gênesis 15
O texto apresenta a figura de Abraão, o homem que confiou em Deus e que, por causa desta sua fé, recebeu a promessa de uma terra e de uma numerosa descendência.
Segunda Leitura: Filipenses 3
A segunda leitura nos ensina a enfrentar a morte junto com Cristo. O trecho da Palavra de Deus nos convida a fazer morrer dentro de nós o egoísmo.
Evangelho: Lucas 9
São Lucas é o único que revela o motivo da ida de Jesus à montanha: ele vai lá para orar. Em toda a sua vida ele dedica muito tempo à oração.
É durante um destes períodos espiritualmente intensos que Jesus, com clareza, toma consciência de que foi escolhido para salvar os homens, não pela vitória, mas pela derrota.
Durante a oração o rosto de Jesus muda de aspecto. Este esplendor é o sinal da glória que envolve a pessoa que está unida com Deus.
Todo encontro autêntico com Deus deixa marcas visíveis no rosto do homem.
Durante esta experiência espiritual de Jesus, aparecem dois personagens: Moisés e Elias. Eles simbolizam a Lei e os Profetas, isto é, todo o Antigo Testamento.
E os três discípulos, Pedro, Tiago e João, o que entendem de tudo o que está acontecendo quando se trata de problemas relacionados com a paixão e morte de Jesus, estes três discípulos sempre são dominados pelo sono.
Isso também tem um significado simbólico. Indica que eles não estão entendendo o que está se passando com Jesus.
As três tendas com desejo que Pedro tem de parar para perpetuar a alegria experimentada num momento de intensa oração na companhia do Mestre.
Depois de termos descoberto na oração o caminho que devemos percorrer, temos de iniciar a caminhada em companhia de Jesus, que sobe para Jerusalém para doar a própria vida.
As nuvens, especialmente quando baixam no cume de um monte, na linguagem bíblica, indica a presença de Deus. Os três discípulos foram introduzidos no mundo de Deus e desse modo puderam entrever o caminho de sofrimento que se apresenta ao Mestre.
Desta nuvem sai uma voz; e a interpretação de Deus sobre e tudo o que aconteceu.
Quem quer agradar a Deus é convidado a seguir suas pegadas.
No fim da passagem, Jesus fica sozinho.
O que quer isto dizer?
A palavra de Cristo agora é suficiente para o homem.
Nós, hoje, saindo das nossas igrejas, podemos, ao invés, anunciar tudo o que a fé nos permitiu descobrir: quem doa a própria vida por amor, entra na glória de Deus.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.