A Palavra de Deus, deste domingo, quer acalmar o nosso coração, controlando nossos impulsos, pois não há árvore boa que dê fruto ruim, nem árvore doente que dê fruto bom. Cada árvore se conhece pelo fruto.
Nossas atitudes estão revelando que tipo de árvore somos?
Primeira Leitura: Eclo 27
A leitura de hoje começa dizendo que nós, em relação aos outros, nos comportamos como as mulheres que peneiram o trigo: agitamos a peneira mais e mais vezes, sacudimos com insistência, jogamos para cima, expomos ao vento até conseguirmos mostrar todos os defeitos, todas as impurezas, todas as falhas do nosso próximo.
Se examinássemos a nós mesmos com o mesmo rigor, descobriríamos não só os limites dos outros, mas também as nossas numerosas falhas.
O Eclesiástico nos dá um conselho muito sábio: não devemos nos deixar influenciar pela primeira impressão. Para desvendar o que as pessoas guardam no coração é preciso deixa-las falar, pois a prova do homem está na sua conversão; a palavra manifesta o que vai no coração do homem.
Segunda Leitura: 1Corintio 15
Pelo quarto domingo consecutivo estamos meditando o capítulo 15 da primeira carta aos cristãos de Corinto; hoje nos é proposta a parte final: o tema é sempre o mesmo, a ressurreição.
A situação dos ressuscitados não é comparável à de quem ainda vive neste mundo. A morte, com todos os seus aliados, a dor, a doença, a fome a violência, o ódio, não terá mais poder algum sobre o homem, porque a vitória de Cristo será total e definitiva.
Evangelho: Lucas 6
Certo dia os discípulos relatam a Jesus que os fariseus ficaram escandalizados com as suas palavras. Responde ele: Deixai-os. “São cegos e guias de cegos”.
Na passagem de hoje, os destinatários desta dramática advertência do Senhor são outros: já não são os fariseus, os adversários, os que se opõem a Cristo, mas os próprios discípulos. Também para eles existe o perigo de se comportarem como guias cegos.
Jesus adverte os seus discípulos sobre um grave perigo: eles, também correm o risco de perder a luz do Evangelho, de voltar novamente às trevas e deixar-se guiar, como todos os outros, pelos falsos argumentos ditados pelo bom senso dos homens. Quando isto acontece, eles se tornam guias cegos, nos quais já não se pode confiar.
A última parte do Evangelho de hoje nos oferece o critério para julgar. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.