17 de novembro de 2024
RELIGIÃO - MONS. JOSÉ GERALDO SEGANTIN

'Amar o inimigo'

Por Mons. José Geraldo Segantin | especial para GCN
| Tempo de leitura: 2 min

Hoje a Palavra de Deus vem nos falar sobre o amor pelos inimigos. Esta é uma das mais difíceis atitudes do nosso coração.

Primeira Leitura:  1º Livro de Samuel 26

Davi não era alguém que se deixasse enternecer diante dos inimigos ou que esquecesse o mal que tivesse sido praticado contra ele; cometeu muitos crimes, manchou suas mãos com sangue; entretanto, o episódio narrado na leitura de hoje nos revela que ele também alimentava sentimentos nobres e generosos.

O fato é este: Saul está na perseguição de Davi e durante a noite monta o seu acampamento no deserto de Zif. Davi o localiza e decide encontrar-se com ele.

Abisai imediatamente propõe a sua solução, “deixa-me cravá-lo por terra dum só golpe de lança, sem precisar de um segundo golpe”.

Davi não lhe dá ouvidos e escolhe o caminho do perdão: “Não o mates, respondeu Davi. Quem poderia impunemente estender a mão contra o ungido do Senhor”.

A escolha do perdão como foi decidida por Davi já e um passo significativo em direção ao amor, em relação ao inimigo, que será ensinado pelo Mestre.

Segunda Leitura: Coríntios 15

O que sobrará de nós depois da morte: só a nossa parte espiritual ou teremos também um corpo?

À luz da ressurreição de Cristo, Paulo entende melhor o sentido da visão cristã da vida eterna. Na carta aos cristãos de Corinto, afirma que não é este corpo material que ressuscita; cada pessoa receberá de Deus um “corpo espiritual”. Não é só uma parte de nós que ressuscita, mas toda a nossa pessoa entrará na glória do céu, porém com um corpo completamente diferente daquele que temos neste mundo.

Evangelho: Lucas 6

Depois de ter proclamado bem-aventurados os discípulos porque são pobres, porque têm fome, porque choram, porque são perseguidos, Jesus se dirige às multidões que o escutam e proclama um princípio revolucionário: “amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, abençoai aos que vos maldizem e ora pelos que vos injuriam”.

O Mestre pede que amemos, sem considerar os nossos próprios direitos, mas visando às necessidades do outro. Não é suficiente não retribuir o mal com o mal, a injúria com a injúria; deve-se ter a disposição de acolher o outro, de dar o primeiro passo em direção àquele que errou para ajuda-lo a sair da sua triste condição.

Mons. José Geraldo Segantin é parôco do 1º Santuário Diocesano de Santo Antônio.