Talvez Jeremias não tenha nem vinte anos quando percebe o chamado de Deus para ser profeta. É um jovem bom, sensível, inteligente. Deus o escolheu para uma missão difícil e arriscada: anunciar a sua Palavra aos reis, aos governadores, aos sacerdotes e a todo o povo. Leia mais no artigo de Mons. José Geraldo Segantin.
Por Mons. José Geraldo Segantin
especial para GCN
30/01/2022 - Tempo de leitura: 2 min
A Palavra de Deus nos apresenta dois exemplos de pessoas fiéis à própria missão: Jeremias e Jesus, dois profetas que sofreram pela missão recebida.
Primeira Leitura: Jeremias 1.
Talvez Jeremias não tenha nem vinte anos quando percebe o chamado de Deus para ser profeta. É um jovem bom, sensível, inteligente. Deus o escolheu para uma missão difícil e arriscada: anunciar a sua Palavra aos reis, aos governadores, aos sacerdotes e a todo o povo.
Como será a vida de Jeremias? Será uma sequência de fracassos.
Por que acontece isso? Porque o profeta contempla o mundo com os olhos de Deus.
Sente-se profundamente amargurado quando o povo escolhe os caminhos da morte, quando na sociedade são instauradas leis e praxes injustas.
Deus anuncia a Jeremias o que lhe acontecerá. Não o engana, não lhe promete uma vida fácil. Será, lhe diz o Senhor, como um soldado acorrentado pelos inimigos, como uma fortaleza cercada por um exército sedento de sangue.
Segunda leitura: Iª Coríntios 12.
Em Corinto, conforme já vimos nas leituras dos domingos anteriores, havia discórdia e inveja por causa dos carismas. Depois de ter afirmado que todos os dons provém do Espírito e se destinam à edificação da comunidade, Paulo indica para os cristãos um caminho mais excelente que todos: a caridade.
O que ele nos quer ensinar é que a caridade é o maior dom de Deus e é acolhido pelas pessoas de maneira progressiva.
Paulo fala da caridade como se fosse uma pessoa. Afirma que ela é paciente, suporta a injustiça, não guarda rancor. É amável, isto é, sempre disposta a fazer o bem para todos. Não é invejosa, orgulhosa, não falta com o respeito. É desinteressada, isto é, preocupa-se com os problemas dos outros. Não cede às provocações, e sempre triunfa sobre o mal.
Evangelho: Lucas 4.
O trecho de hoje deve, portanto, ser interpretado como o prelúdio que apresenta o destino do Mestre e anuncia o drama da sua morte na cruz.
O primeiro destes motivos: conhecem-no muito bem. “É o filho de José”.
O segundo motivo que provoca a revolta dos conterrâneos de Jesus é que ele não realiza milagres na sua cidade.
Jesus não veio a este mundo para resolver os nossos problemas com o impacto de milagres. Não interfere nos acontecimentos humanos, alterando as leis da natureza. Não salva o mundo por meio de prodígios, mas com o anúncio do seu Evangelho, com a doação da própria vida.
Mons. José Geraldo Segantin é pároco na Paróquia Santo Antônio.