Quatro dias depois do assassinato de sua irmã, a auxiliar administrativa Micaelly Gonzáles, de 28 anos, concedeu uma entrevista à Live do GCN na noite desta segunda-feira, 22. Aos jornalistas Corrêa Neves Júnior e Kaique Castro, a irmã contou como foram os últimos momentos com Thábata González e como era o relacionamento da irmã com o policial militar Douglas Teixeira.
Micaelly disse que a irmã não conversava muito sobre o relacionamento, mas que sabia das ameaças e do ambiente tóxico em que ela vivia.
“Ela não contava muita coisa, mas a gente sabia que ele ameaçava, que brigava. Então, meio que a gente avisava, mas ela ficou refém dentro da própria casa. Era um relacionamento muito conturbado. Ele era muito ciumento, brigava direto com ela. Na frente dos meninos (sobrinhos), na frente amigos. Ela não podia sair de casa sem ele.”
A irmã contou que o policial vivia ostentando a arma por onde andava, até mesmo no salão de beleza que Thábata frequentava. “Ele ia buscar ela no salão de cabeleireiro e fazia questão de ir com a arma na cintura, fazia questão de mostrar para todo mundo que estava armado. Ele humilhava, gritava, fazia ela passar vergonha. Ele fazia da vida dela um inferno”, continuou Micaelly.
Um dia antes de ser morta, Micaelly contou que a irmã teve um dia como os outros. “Ela foi no inglês, deixou as crianças aqui e mais tarde voltou, jantou e foi embora. Pelo que me falaram, ele trabalhou até as 2h da manhã e foi para casa. Ele continuava morando lá”, contou a auxiliar administrativa.
Perguntada sobre a mensagem encaminhada para a mãe, Micaelly acredita que quem escreveu o texto foi realmente Thábata. “Eu acho que ele que mandou, depois que matou ela. Mas eu acho que foi ela quem escreveu. Ela estava apavorada, já fazia tempo que era ameaçada. Eu acho que ela estava prevendo.”
A auxiliar administrativa afirmou não ter medo do policial e que quer ficar frente a frente com ele. “Eu não tenho medo dele. Eu queria olhar para cara dele e falar o que ele fez com minha família. Ele não tem consciência do que fez, era muito frio”
A família do policial não conversou com os parentes de Thábata e, no dia do crime, segundo Micaelly, mandaram um caminhão de mudança para a casa onde eles moravam para recolher os pertences de Teixeira.
“Eles não falaram com a gente. No mesmo dia, eles pegaram um caminhão de mudança e foram na casa dela para buscar as coisas dele. Uma moto, geladeira e alguns pertences.”
Agora a família de Thábata tenta voltar ao normal após sua morte. Seus dois filhos de 10 e 4 anos estão com a avó materna. Os familiares deverão contratar um advogado para auxiliar na acusação, junto com o Ministério Público.