24 de dezembro de 2025
ESCOLAS ESTADUAIS

Funcionárias de terceirizada pelo Estado reclamam de demissão em massa e falta de salário

Por Vinícius Nunes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Vinícius Nunes/GCN
As profissionais de limpeza realizando uma reunião em uma sala da Diretoria de Ensino, após a demissão sem aviso

Mais de 20 profissionais de limpeza que trabalhavam nas escolas estaduais de Franca se reuniram na Diretoria de Ensino nessa terça-feira, 9. As trabalhadoras, contratadas por uma empresa terceirizada, contam que foram demitidas na última segunda-feira, 8, sem nenhum aviso e motivo, além de não terem recebido seus pagamentos no dia 5 de novembro.

Uma das pessoas que está passando por este problema é a profissional de limpeza Camila Tomazia. Ela explica que a Diretoria de Ensino contrata empresas para os serviços de limpeza e são elas que empregam as profissionais.

“Somos de uma empresa que se chama Clarifto. Na verdade, éramos. Agora fomos mandadas embora. Na segunda-feira, simplesmente colocaram outra empresa na ativa e mandaram todo mundo para rua. Não fizeram nossa rescisão, não deram aviso e não fizeram nada”, explicou Camila.

“Estamos aqui na Diretoria de Ensino para ver se conseguimos algum contato com a empresa. Depois de sermos mandadas embora, não conseguimos conversar com eles mais, não há nenhum representante”, disse Eliene Freitas.

De acordo com Eliene, não é a primeira vez que a demissão repentina acontece, ela conta que a empresa que substituiu a Clarifto atualmente já teve a mesma atitude. “Trabalhamos com a Clarifto faz três anos, antes eu trabalhava com a WF. Quando a WF saiu, não pagaram os funcionários. Então, fomos à Justiça para receber o que eles tinham que nos pagar. Agora que voltaram, alegam que não vão nos contratar por causa desse processo”, disse Freitas.

“Precisamos de nossa carteira de trabalho para trabalharmos em outros lugares. Não assinamos nada, não deram aviso para nós. Não recebemos nosso salário no dia 5 e não conseguimos entrar em contato com a empresa. Nossas contas estão todas atrasadas agora, como é que vamos fazer? Não temos nem como procurar serviço”, lamentou Cristina de Souza, que também foi despedida repentinamente.

A Secretaria da Educação de São Paulo se manifestou sobre a situação por meio de nota. "A Secretaria da Educação de São Paulo (SEDUC-SP) esclarece que fez os pagamentos à empresa prestadora referente aos serviços executados. No entanto, o não cumprimento do prazo para regularização de documentos comprobatórios culminou na suspensão do último pagamento. Cabe destacar que a Clarifto atrasou o pagamento dos salários e benefícios aos funcionários contratados, sob sua responsabilidade."

Sobre as atividades nas escolas estaduais de Franca, a Secretaria da Educação garantiu que não houve prejuízos à comunidade escolar.

“Embora não tenha havido prejuízos na rotina escolar, em 6 de novembro a Clarifto foi notificada para rescisão contratual com cinco dias úteis para se manifestar. E também, a empresa foi notificada pela Diretoria de Ensino para regularizar parte dos pagamentos, mas sem a quitação dos benefícios. De qualquer forma, a Diretoria de Ensino já providenciou a contratação emergencial de novas empresas para garantir conforto e segurança dos alunos, professores e comunidade escolar”, informou a SEDUC-SP.

A reportagem tentou contato com a empresa Clarifto, mas não houve um retorno até a publicação deste texto.