21 de dezembro de 2025
SALVAGUARDA

Obras na Capelinha estão previstas para terminar em 2023

Por Vinícius Nunes | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Dirceu Garcia/GCN
Parte interna da Capelinha nesta quarta-feira, 15

A “Capelinha”, nome pelo qual a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida é conhecida, está passando por uma salvaguarda - trabalho que busca cuidar do espaço físico e histórico de um local - desde o ano de 2018. Por conta da pandemia e pesquisa por especialistas para certas partes do projeto, houve atraso e a previsão para a finalização é para o ano de 2023. O dinheiro utilizado nas obras vem de doações feitas pela comunidade.

Inaugurada em maio de 1925, com uma bênção do bispo Alberto José Gonçalves, a Capelinha já passou por diversas mudanças e é parte do patrimônio histórico de Franca. Em 1948, teve início da construção da ala norte do Seminário. Anos depois, em 1956, passou por uma ampliação do templo, que foi finalizada em 1968.

Responsável pelas novas mudanças atuais na igreja, o arquiteto gerenciador das obras Hélio Carlos Jarreta explica exatamente qual é o tipo de trabalho que está sendo feito. “Primero esclarecimento é que o trabalho solicitado e aprovado não é um restauro e sim uma salvaguarda do patrimônio, cuidando da sua validade histórica e formal. Lembramos que a salvaguarda é cuidar do espaço físico e histórico.”

Durante o tempo que se passou desde o início da obra, em 2018, Hélio conta que um importante trabalho foi feito nas “obras básicas civis”, que foi a preparação dos pisos para depois colocar os definitivos e o preparo da parede para sua forma final. Além disso, o arquiteto fala sobre o trabalho realizado no telhado da igreja, que consumiu tempo, mas que deveria ser feito de qualquer forma, por conta de segurança. “Hoje você tem segurança na estrutura da igreja, ela já está pronta para fazer as outras coisas que temos que fazer.”

De forma mais detalhada, Jarreta explicou como foram feitas as mudanças no telhado, que foi construído no ano de 1923. “Tivemos que chamar pessoas especializadas na estrutura, porque essa estrutura é em tijolo em tijolo, não tem estrutura, então tem que ter um especialista em São Paulo. Ele veio, fez um projeto, construiu o telhado de novo. Tinha uma tesoura crítica, que são os apoios que têm nele, se desmanchou e se fez de novo. Ela provavelmente não iria cair, mas era uma evolução de uso, que poderia chegar a um ponto mais crítico, não valia a pena passar por cima disto de maneira nenhuma.”

Com previsão para as obras serem finalizadas em 2023, Hélio explica os trabalhos que ainda serão feitos. Eles estão divididos em dois. A primeira parte é de fato a salvaguarda, onde altares, forma das cúpulas, marcenaria e vitrais serão manipulados. Nesta fase, o arquiteto conta que há um longo processo para a execução. “Quando você fala, por exemplo, de fazer a revitalização da marcenaria, não é simplesmente achar o marceneiro da esquina, que ele faz isso. Negativo. É preciso uma equipe especializada neste tipo de ação. Para os vitrais, que é (um trabalho) altamente especializado, preciso visitar o local onde mexem com isso, ver qual é o tipo de trabalho que fazem para ver se é condizente com o que esperamos na capela.”

A segunda parte dos trabalhos está ligada à acessibilidade e adaptações no prédio. Um banheiro será retirado e uma rampa será adicionada para cadeirantes terem acesso a uma parte que não tinham antes. “Tinha um sanitário que dava direto dentro da igreja, isso é impossível de se deixar. Essa igreja tem um foco na Nossa Senhora Aparecida, em um altar monumental em que ela não era universalizada. Não era todo mundo que conseguia chegar lá em cima porque eram apenas escadas. Agora tem (no projeto) uma rampa de acesso e um elevador”, explica Hélio.

Além dessas duas alterações, um ar-condicionado também está previsto no projeto. No caminho em que será criado o acesso do cadeirante à imagem de Nossa Senhora Aparecida, o plano é a criação de um local para abrigar peças votivas, um velário e um espaço histórico.

Por conta da pandemia, alguns fatores diminuíram a velocidade das obras. “Meu tipo de trabalho é presencial, tenho que vir aqui pelo menos dois dias da semana. Na pandemia, trabalhei em Santos, no meu escritório. Foi por e-mail, videoconferência. Fomos fazendo, mas não na velocidade e no atendimento que precisávamos dar”, explicou o arquiteto.

O pároco da Capelinha, Frei Edwin Sánchez, conta que muitos fiéis, assim como ele, estão animados para que as obras fiquem prontas e possam voltar suas atividades na igreja normalmente. “Temos com muita vontade de reabrir a nossa capela para realizar nossos sacramentos. São muitos irmãos que estão pedindo o sacramento do batismo e muitos noivos que estão querendo se casar aqui, já que essa igreja é muito especial para Franca. Quanto antes voltarmos, melhor.”

Os investimentos necessários para a realização das obras estão sendo doados pela comunidade. Sobre o quanto foi gasto até o momento, ambos, o arquiteto Hélio e o Frei Edwin, disseram não saber mensurar.

Enquanto a Capelinha segue com a salvaguarda, as missas estão sendo celebradas no Salão Paroquial, que fica ao lado da igreja.

Confira abaixo o interior, telhado, projeto da rampa de acesso e projeto de jardim da Capelinha: