Atualizada às 11h08
O prefeito Gilson de Souza (DEM) é alvo e uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Estado de São Paulo. A suspeita é de pagamento indevido pela Seleta, empresa responsável pela coleta de lixo, para renovação ou permanência do contrato.
A Polícia Militar apoiou a ação dos promotores que cumpriram na manhã desta quarta-feira, 9, mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Franca e na casa Gilson de Souza. O prefeito, inclusive, acompanhou a operação em seu gabinete, no Paço Municipal.
A Operação denominada "Hamelin", que faz alusão ao conto O Flautista de Hamelin e a infestação de ratos na cidade de Hamelin, foi desencadeada em Franca, Batatais, Guaíra e Orlândia.
Ela é em decorrência de colaboração premiada com pessoas que foram alvos da Operação "Purgamentum", dos Ministérios Públicos do Estado de São Paulo e de Minas Gerais, em 2017.
Foram recuperados R$ 10 milhões a partir da colaboração premiada, que resultou nos mandados de busca e apreensão contra Gilson e os prefeitos de Batatais, Guaíra e Orlândia, além de três ex-prefeitos, entre outras pessoas.
De acordo com o MP, as investigações que nasceram da delação premiada apontaram que “diversos prefeitos municipais realizaram ajustes com a empresa Seleta Meio Ambiente Ltda para que, em troca da contratação da empresa (ou permanência do contrato), fossem pagos valores indevidos, sejam a título de campanha eleitoral, seja mediante vantagens indevidas no exercício do cargo”.
A nota do Gaeco afirma, também, que “o padrão se repetia em vários municípios, onde era feita a contratação emergencial da empresa Seleta por um ou duas vezes, para, após, ser feito o contrato definitivo, tudo de forma direcionada. Os contratos da empresa Seleta com os municípios investigados somam, aproximadamente, R$ 41 milhões anuais”.
No total, 15 pessoas foram alvos de 35 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, 2ª Vara Criminal de Franca, Vara Criminal de Batatais, 1ª Vara Criminal de Guaíra, 1ª Vara Criminal de Orlândia e Vara Criminal de Morro Agudo.
Prefeito e vice afastados
Em Guaíra, uma segunda operação foi deflagrada para investigar o desvio de R$ 2 milhões dos cofres da Prefeitura. Por causa dela, a Justiça afastou o prefeito José Eduardo Coscrato Lelis, o ‘Zé Eduardo’ (PSDB), o vice-prefeito, Renato César Moreira (Cidadania), e dois servidores públicos de seus cargos.
A operação chamada de “Golpe Baixo” tinha como alvo 25 pessoas e cumpriu 80 mandados de busca e apreensão, além de 10 mandados de prisão temporária.
Das duas operações, participaram 30 promotores de Justiça, seis servidores do Ministério Público, 194 policiais militares e oito policiais civis.
Nota da Seleta