O aeroporto de Franca, que após 11 anos havia retomado os voos regulares, está novamente sem receber aviões comerciais. E foram poucos meses com o serviço funcionando - de outubro do ano passado até março deste ano. Passados cerca de cinco meses da parada por conta da pandemia da Covid-19, a retomada das viagens entre a cidade e o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é uma incógnita.
A linha entre Franca e São Paulo pertence à Gol Linhas Aéreas e eram operados pela Twoflex, contratada para fazer os voos em suas aeronaves menores. Mas desde março, embarques e desembarques no Aeroporto “Tenente Lund Presotto” acontecem apenas em voos privados.
Na manhã dessa quinta-feira, 3, o aeroporto estava completamente parado e o balcão da companhia, sem nenhuma sinalização. Apesar de a suspensão dos voos ter como causa a pandemia do coronavírus, os motivos são econômicos, não sanitários.
Empresas aéreas e aeroportos estão autorizados a funcionar com medidas de segurança, para mitigar a disseminação do vírus. Inclusive, a lei 14.019/2020 que torna obrigatório o uso de máscaras em locais públicos, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, deixa claro que a regra vale para o interior de aeronaves.
O Daesp, órgão do Governo do Estado que administra o aeroporto, não deu informações concretas sobre a volta dos voos, apenas emitiu uma nota via assessoria de imprensa em que culpa a crise no setor aéreo pela parada de pousos e decolagens em Franca.
“O Daesp informa que, antes da pandemia da Covid-19, os novos voos estavam acontecendo normalmente. Após a crise mundial, que atinge fortemente o setor aéreo, parte desses voos segue cancelada”, diz a nota.
Sobre os benefícios do Estado concedido às companhias aéreas para estimular a aviação regional, o departamento informou apenas que “tanto o Governo de SP como as empresas aéreas aguardam a retomada da economia para estudarem a retomada dos voos”.
Os voos a partir do aeroporto de Franca aconteciam de segunda a sexta-feira em dois horários, às 7h45 e 12h25. Os retornos de Congonhas eram às 9h45 e 11h15. Em todas as vezes que a reportagem esteve no local, os voos saíram no horário e com baixa ocupação.
De parceira a concorrente
A Twoflex teve a venda anunciada em janeiro deste ano para a Azul Linhas Aéreas, empresa concorrente da Gol, sua parceira nos voos em Franca. Funcionários de barracões que funcionam ao lado do aeroporto confirmaram que os equipamentos da companhia aérea foram retirados durante a pandemia.
O GCN entrou em contato com a Azul e Gol por e-mail e telefone, mas não teve respostas até o fechamento desta matéria. Assim, que as empresas se pronunciarem, suas informações serão acrescentadas neste texto.