Fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio e da coordenação motora, dores articulares e transtornos visuais podem ser sintomas de muitas doenças, mas uma delas, em especial, pode causar tudo isso e ainda levar o paciente a uma luta constante e muito difícil: a Esclerose Múltipla (EM). A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que, cerca de, 35 mil brasileiros convivam com a doença, que afetaprincipalmente mulheres entre 20 e 40 anos.
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. A EM não tem cura e, embora a causa da doença ainda seja desconhecida, muitos estudos no mundo todo têm possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.
Na esclerose múltipla, as lesões nos nervos causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo, por isso tantos sintomas diferentes podem surgir. Porém, caso surja qualquer suspeita, é importante procurar um médico neurologista e buscar esclarecer o diagnóstico. “Os sintomas da esclerose múltipla são heterogêneos, e na maioria das vezes ocorrem como déficits neurológicos reversíveis, de forma recorrente, com duração de dias a semanas, conhecidos como surtos. Os déficits neurológicos dependem da região onde está a inflamação no sistema nervoso central, podendo haver por exemplo, perda da força ou coordenação de membros, redução da sensibilidade, dificuldade de visão ou desequilíbrio para andar”, explica Dr. Herculano R. Ricordi Barbosa, médico neurologista da Unimed Franca. Importante lembrar também, que existe uma série de doenças inflamatórias e infecciosas que podem ter sintomas semelhantes ao da Esclerose Múltipla. O mais importante é aliar conhecimento médico, a história da pessoa e exames físicos, neurológicos e laboratoriais.
De acordo com Dr. Herculano, O surgimento da doença está associado a susceptibilidade genética e a fatores de risco ambientais. “Entre os fatores de risco ambientais, os mais comuns são: tabagismo, infecções por vírus (vírus Epstein Barr), baixa exposição ao sol e consequentemente baixos níveis de vitamina D, obesidade, sobretudo naadolescência”, comenta.
A Esclerose Múltipla não tem tratamento curativo, porém possui várias opções de tratamento medicamentoso para controle adequado da doença. “Existem várias medicações disponíveis para o tratamento da Esclerose Múltipla. Tais medicações são usadas de forma contínua e tem a função de reduzir a atividade inflamatória da doença e consequentemente a ocorrência de novos surtos neurológicos”, diz.
O diagnóstico precoce, seguido de tratamento medicamentoso e mudanças no estilo de vida, incluindo hábitos saudáveis, são fundamentais para a redução da inflamação e o controle adequado da doença. Mas vale destacarque somente um neurologista pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Infelizmente não é possível prevenir a Esclerose Múltipla. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, o paciente consegue viver sem grandes complicações decorrentes da doença.
30 de agosto é Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla
No dia 30 de agosto comemoramos o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Celebrada pela primeira vez em 2006, a data foi fruto de muito trabalho da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM)para aumentar a visibilidade da doença e dos desafios enfrentados.
A data foi escolhida em homenagem a fundadora da ABEM, Ana Maria Levy, que nasceu em 30 de agosto e, graças a ela, já são mais de 30 anos que a associação vem prestando serviços à população.