Em nosso país há décadas não se discutia tanto esquerda e direita. Na realidade é que toda forma de vida em sociedade dura por pelo menos dois ou três séculos, conseguindo impor “tradições” que afirmam ser de longa data que são repassadas de geração para geração. A retomada dos debates, de “rixas” ideológicas, nos pareciam já terem sido exterminadas com o “fim da Guerra Fria”. Os cidadãos nos parecem perdidos frente às denúncias da direita afirmando que os comunistas estiveram no poder por décadas e literalmente quebraram o país, além de impor políticas perversas na educação, na saúde, na infra estrutura etc. Do outro lado os chamados esquerdistas não aceitando a derrota nas urnas, afirmam que estamos em uma ditadura militar, que o governo está acabando com os direitos sociais, tentando impor um processo de impeachment a qualquer custo etc. As discussões não estão mais limitadas somente aos partidos, aos filiados, aos políticos e a imprensa especializada, pois agora estão diariamente nas redes sociais, nos grupos familiares dos aplicativos de mensagens, nas conversas de uma forma geral. Os brasileiros parecem que de uma hora para outra descobriram a política.
Sempre foi propalado que o brasileiro não era politizado. Agora está participativo, se interessa por votações de projetos, quer saber mais sobre o que se faz e como se faz com o dinheiro nas administrações públicas. É salutar tal posicionamento dos cidadãos. O grande problema está em que esquerda e direita perdeu o sentido político e foram transformados apenas em partidos do bem e do mal, dependendo da preferência ideológica adotada pelo cidadão. A humanidade ao longo de sua história, dependendo da ideologia política partidária seguida, sempre teve em seus defensores a atenção voltada ao seu “inimigo” principal naquele momento, como no caso agora a “vidraça” que recebe as pedradas é o governo do presidente Jair Bolsonaro. Tanto é que agremiações partidárias que antes se digladiavam agora se uniram na luta contra o adversário comum. As justificativas para tal ato a cada momento se tornam menos viáveis, pois os adversários, apesar de todas as tentativas não conseguem impor seu pessimismo perante à sociedade e muito pelo contrário: otimismo vem crescendo de forma vultuosa, basta fazer uma verificação isenta e livre para vermos que, mesmo diante de uma crise mundial avassaladora, o Brasil está conseguindo se manter, tem um norte traçado em seus projetos que foram aprovados pela maioria da população durante o pleito eleitoral, quando a principal bandeira foi a luta contra a corrupção e os gastos desenfreados da máquina pública.
É salutar vermos que os brasileiros acordaram para uma discussão mais aprofundada sobre os destinos de nosso país. Os cidadãos estão dispostos a buscar uma nova forma de convivência social, com base em algum plano racional e não aceitam mais alguns modelos “tentadores” de “esperança e mudança” que não deram e não darão certo, bastando verificar os exemplos mundo afora.
Enfim, as mudanças estão a ocorrer, os cidadãos estão interessados numa descentralização, preferindo o local ao nacional, desconfiando do centralismo e da burocracia, seja ela de direita ou de esquerda.