A Prefeitura de Franca vai investir R$ 1,44 milhão para contratar 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa para atendimento de pacientes de Covid-19. O objetivo é desafogar o sistema público de Saúde da cidade, que desde o início deste mês entrou em colapso, com a taxa de ocupação de UTI Adulto sempre perto ou em 100%.
Hoje, são 17 leitos de UTI Adulto e 5 de UTI Infantil na rede pública de Franca. Nessa quinta-feira, 16, todas as vagas para adultos estavam ocupadas. A situação se repete desde o dia 4 de julho, com pacientes tendo de aguardar por vagas em leitos de estabilização do Pronto-Socorro Municipal “Álvaro Azzuz” e alguns sendo transferidos para hospitais de São Joaquim da Barra e Ituverava.
De acordo com o Estado, a região de Franca tem 7,8 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes e a taxa de ocupação subiu ontem para 86,9%. Mas retirando as vagas de Leito Infantil, a taxa sobe a quase 96%, com apenas duas vagas disponíveis na quinta-feira.
Desde o início da pandemia, a Santa Casa de Franca tenta habilitar os leitos que criou na Ala Covid no Hospital do Coração. Enquanto Estado e Ministério da Saúde não habilitam as vagas já existentes nem criam novas, a capacidade hospitalar da cidade colapsou.
E, após pressão da sociedade externada em reunião na Câmara Municipal, na última sexta-feira, a Prefeitura resolveu seguir o que foi discutido no encontro, se antecipar ao Estado e anunciou agora a compra dos 10 leitos de UTI.
Segundo nota da assessoria de imprensa da Prefeitura, existe o compromisso do Governo do Estado de contratação de 20 leitos de UTI na Santa Casa. “Porém, como existem trâmites administrativos que podem demandar mais alguns dias (e a cidade não pode esperar), levando em conta que não existia nesta quinta-feira disponibilidade de leitos para novas internações, o prefeito (Gilson de Souza, DEM) resolveu se entender com a Santa Casa e comprar esses 10 leitos, mediante o repasse de recursos próprios nos próximos dias do valor de R$ 1,4 milhão”, diz a nota.
Desta forma, os leitos de UTI passariam de 17 para 37, sendo mais esses 10 da Prefeitura e outros 10 do Estado. O problema é que para criá-los a Santa Casa precisa de tempo. Não é possível montá-los de uma só vez.
Em entrevista ao jornalista Corrêa Neves Júnior, no último domingo, durante live do GCN, o administrador hospitalar do Grupo Santa Casa, Thiago Silva, disse que há possibilidade de instalar três leitos imediatamente e outros cinco nos próximos cinco dias. Isso se o Estado repassasse os respiradores anunciados na semana passada.
Segundo a Prefeitura, “há um esforço grande também para o envio dos 20 respiradores, equipamentos essenciais nesses leitos”.