Diversos bonecos falantes são encontrados na literatura infantil, desde que Collodi, escritor italiano, criou Pinóquio, que era de madeira e um dia começou a falar.
No Brasil, outro escritor, Monteiro Lobato, criou uma boneca de pano, recheada de macela, que é um tipo de flor seca. Seu nome: Emília.
Segundo uma das histórias, a boneca tinha sido feita por Tia Nastácia, a cozinheira de dona Benta, avó de Narizinho, Pedrinho, e dona do Sítio do Picapau Amarelo, lugar onde coisas incríveis aconteciam.
Emília nasceu muda, mas foi curada pelo Dr Caramujo, que lhe receitou uma “pílula falante”. A boneca, então, passou a falar. E a falar muito, e mais a cada dia. Narizinho, sua dona, preocupada, pediu ao “doutor” que a fizesse vomitar aquela pílula e engolir uma mais fraquinha. Mas, explicou Caramujo, aquilo era “fala recolhida”, que não podia mais ficar “entalada”. Por isso, uma das primeiras coisas que a boneca diz é que as palavras tinham gosto de sapo. Sabe por quê? Ela estava fazendo uma referência à expressão “engolir sapos”. Quando por alguma razão não nos manifestamos sobre algo desagradável e deixamos de falar, diz-se que estamos “engolindo sapos”. Argh!
Emília dizia que falar representava grande liberdade. Talvez por isso ela tenha respondido quando um dos personagens do “Sítio do Picapau Amarelo” (série de livros e de televisão) lhe perguntou: “Quem é você, Emília?”:
- “Sou a Independência ou Morte”.
A boneca falante deve ser inspiração para as todas as meninas brasileiras.