Foi divulgado pela Polícia Civil de franca, na manhã desta quarta-feira, 22, o laudo pericial do acidente que aconteceu no camarote de um show da dupla Jorge e Mateus, em dezembro, que vitimou mais de 20 pessoas. O laudo do IC (Instituto de Criminalística) apontou que o desabamento do camarote aconteceu pelo estado de conservação da estrutura e instalação incorreta da mesma.
O documento mostrou que a oxidação da estrutura de ferro (ferrugem) do camarote provocou o acidente naquela noite. Os locais que estavam enferrujados foram cobertos por tinta para dificultar o trabalho dos bombeiros nas inspeções para as liberações dos alvarás.
“Essa ação (pintar a estrutura) foi feita para ocultar o estado das peças da estrutura. O laudo mostra nitidamente isto. Após a retirada da tinta é possível ver a estrutura enferrujada. O que vamos investigar agora é como o engenheiro deu um laudo para que a estrutura fosse utilizada, se ela estava sem condições para o uso. Agora esse engenheiro vai ser indiciado por uma co-autoria e também será responsabilizado pelo acidente”, afirmou o delegado Márcio Murari, da DIG, que ficou com a investigação.
Os peritos apontaram que um pino de travamento da estrutura sofreu uma ruptura, devido o seu estado de conservação, que comprometeu a resistência mecânica do material.
Para Márcio Murari, os organizadores do evento e os responsáveis pela empresa que montou o camarote devem responder criminalmente pelo acidente. “A competência de responsabilidade é dos dois, de quem contratou e de quem prestou o serviço. Instauramos o inquérito e provavelmente eles irão responder pelos crimes de lesão corporal culposa e perigo de vida ou saúde de outrem. Já ouvimos os bombeiros que prestaram trabalhos e o socorro no dia, e o próximo passo é colher os depoimentos das vítimas, para saber os danos causados.”
Ainda segundo o laudo, o excesso de pessoas não foi o motivo do desabamento, e que o solo do local não foi compactado corretamente, já que teve um afundamento de cerca de 20 centímetros. As chuvas à época também contribuíram para deixar o solo instável. O laudo também apontou que parte da estrutura foi fixada por arames e não com parafusos . “O que a gente percebe é que as pessoas querem economizar nas estruturas, e acabam realizando contratos visando um lucro maior. Contratando assim, empresas de capacidades duvidosa. Então agora todos vão ser responsabilizados pelo acidente”, disse o delegado.
O caso está sendo investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca.
Os organizadores e os donos da empresa que alugou as estruturas também devem ser ouvidos na sede da DIG.