Maria Goret Chagas está em São Paulo onde grava, nesta segunda-feira, um quadro para o Programa do Ratinho, no SBT. Junto a ela, seu colega Gonçalo Borges. Nome importante na VDMFK (Vereinigung der Mund und Kunstler em aller Welt Fussmalenden/ Associação Mundial de Artistas Pintores com a Boca e os Pés), com sede na Suíça, Goret avalia positivamente este 2019 que vai se encerrando: “O Natal é a data marcante na vida dos pintores com a boca e os pés. Durante meses preparamos pinturas alusivas à festa religiosa, mas também outras com temas profanos. Tive uma participação intensa nos eventos da Associação - a do Brasil (SBPPB) e a Internacional. Algumas obras assinadas por mim foram selecionadas e reproduzidas em cartões natalinos. Um floral ilustra o mês de setembro no calendário 2020. Considero o ano que termina como um dos melhores dos últimos tempos”. Feliz com o balanço de sua produção, referenciada pela quantidade e qualidade, Goret celebra contando que nos últimos meses recebeu várias medalhas e troféus, ministrou palestras, expôs seus trabalhos pelo Brasil afora e, em Franca, no Museu Casa de Cariolato. Aliás, sua atual exposição no local já foi vista por centenas de visitantes, muitos deles alunos de escolas públicas e particulares da cidade. Na área da literatura, pela qual também transita com paixão. A artista teve textos de cunho poético acolhidos pela antologia Inspiração, cuja capa ilustrou. Destaque-se nela o comovente e confessional trecho: “Nasci tetraplégica e esta é a minha história, ando e não movimento os braços, a pintura é a minha essência, ela é tão forte na minha vida que forçou o dom a extravasar pela boca e pelos pés, ela me inspira, me acalma e me renova o sentido da vida, é minha missão de paz! Esta é minha poesia real.”
Discreta, Goret , que é formada em letras, educação artística e semiótica, precisa ser estimulada para falar de Diversos, publicação linda da Rede Educare, com patrocínio da Novelis e incentivo da Secretaria Especial de Cultura. Traça um amplo panorama da diversidade brasileira – étnica, religiosa, física, geracional e de gênero. Perfila 31 entrevistados. Um deles é ela - Maria Goret Chagas.
A obra, que teve roteiro e produção de textos a cargo do jornalista Jeferson Souza, foi lançada no espaço Unibes Cultural São Paulo, há poucos dias, com acesso online gratuito.
Narram suas experiências o músico Carlinhos Brown, a cantora Margareth Menezes, o cantor Roberto Leal, a cineasta Beatriz Seigner, nomes expressivos na luta pela igualdade, como Bela Gregório, do Grupo Efêmera, o escritor André Fischer, do MixBrasil, a atriz Maitê Shneider, que luta pela inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, o grafiteiro Thiago Mundano. E muitos outros corajosos que não se intimidam e vão à luta, conscientes de que os diversos são a maioria, e de que nosso país se sustenta e se destaca por essa miscigenação cultural de que derivam sua riqueza e peculiaridade.
Como se vê, há muito de que falar com o apresentador Ratinho e seu público, no programa de grande audiência. Nessa conversa, quem ganha também é Franca, cidade que Goret declaradamente ama e fez questão de divulgar aonde quer que tenha ido - França (exposição no Carrossel do Louvre), Chile (Casa de Pablo Neruda); Grécia; e o fará aonde quer que vá. O talento enorme e a contagiante alegria de viver garantem longa trajetória pela frente.