Fui atingido por uma maldita bactéria no penúltimo sábado. Identifiquei os primeiros sintomas ainda pela manhã, enquanto fazia meu périplo habitual pela feira livre, açougue e barraca de água de coco. Senti a garganta arranhar. Imaginei que talvez fosse por conta do tabaco. Ou do tempo seco. Descobriria rapidamente que não se tratava de uma coisa – e nem da outra. Depois do almoço, já estava prostrado. Não consegui escrever a Gazetilha. Para ser bem sincero, não consegui nem mesmo sair da cama, com febre, dor e dificuldade para engolir o que fosse, até água.
Continuava sem voz na manhã de terça-feira. Não tinha como comparecer à sessão da Câmara. Na verdade, naquele instante não tinha como comparecer em lugar nenhum. Fiquei deitado, fato raríssimo na minha história. Avisei minha assessoria, cancelei reuniões agendadas. Continuava prostrado.
Mas, descobriria em instantes, a bactéria oportunista que se instalou na minha garganta, a febre, a falta de ar e a prostração eram nada comparada aos males que os vermes que infestam a política em Franca e seu entorno podem provocar
Enquanto estava convalescente, um movimento sórdido, liderado por canalhas e parasitas, havia lançado uma ofensiva para, uma vez mais, me desgastar com boatos e acusações infundadas. O script era o usual. “Denúncia anônima”, que sempre recebe fraterna acolhida quando tem como destino o promotor Paulo Borges. Tem sido surpreendente a frequência com que Paulo Borges resolve dar ouvidos a esta gentalha e promove, a partir deles, “diligências”, inquéritos e quetais. O impacto derivado das ações midiáticas do promotor é instantâneo. O desgaste, idem. E sua preocupação em evitar exposições desnecessárias antes que se tenha convicção mínima do que quer que seja parece se aproximar de zero.
Não foi diferente desta vez. Mesmo com outros vereadores, o presidente da Câmara, Donizete da Farmácia, e a procuradora da Câmara, Maria Fernanda Bordini, alertando Paulo Borges de que nada havia de equivocado na minha conduta, já que havia apenas feito uma ressalva para que constasse minha opinião num parecer, sem acrescentar o que quer que fosse a qualquer projeto de lei, o promotor não quis nem saber. Se tivesse tido um pouquinho de paciência, poderia ter descoberto que a “denúncia” contra mim estava sendo fabricada de forma leviana há dias, inclusive com “vazamentos” para que jornais ou sites me atacassem. Mas esse tipo de fato não desperta no promotor o mesma encanto que as “denúncias anônimas”.
Não sei se Paulo Borges faz de propósito ou não, mas vou descobrir. Me cansei da perseguição que o promotor tem devotado a mim, tanto quanto me cansei de um par de canalhas que, muito provavelmente a partir do Legislativo municipal, conspiram para atacar e destruir reputações.
Contra o promotor, vou pedir aos conselhos superiores do Ministério Público que apurem e analisem sua conduta. Quanto aos vermes, vou descobrir quem são, com ajuda das autoridades competentes. Quero saber também a quem servem, quem os financia e, também, quem se beneficia de suas ações.
A bactéria, a gente cura com remédio e repouso. Os vermes, a gente elimina com enfrentamento, verdade, coragem e resiliência. Posso não acabar com todos, mas um punhado deles, certamente, vou exterminar da vida publica. E do serviço público, quando couber.
Corrêa Neves Júnior, publisher do Comércio e vereador.
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